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Quase metade das mulheres
(47%) que trabalham na área da tecnologia acreditam que os efeitos da Covid-19
atrasaram a sua evolução na carreira, apesar de uma percentagem semelhante
acreditar que a igualdade de género é mais provável de ser alcançada através de
estruturas de trabalho à distância.
Embora o confinamento pudesse ser visto como um possível
acelerador para a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres em cargos
de Tecnologias de Informação, os preconceitos sociais persistentes têm impedido
este potencial avanço.
“A
pandemia tem acelerado uma tendência de coexistência de colaboradores em
teletrabalho e em sistema híbrido dentro da mesma organização. Isto pode ser um
desafio para as mulheres que trabalham remotamente, uma vez que podem ter menos
acesso à gestão de topo, que trabalha a partir do escritório. Aliás, isto pode
também diminuir as suas hipóteses de serem consideradas para o tipo de tarefas
que conduzem a promoções. Os empregadores precisam de estar conscientes dessas
desvantagens e fazer um planeamento em função de as minimizar", explica a Dra.
Patricia Gestoso, head of scientific customer support na BIOVIA, vencedora
do concurso "Women in Software Changemakers 2020", e membro
proeminente da rede de mulheres profissionais Ada´s List.
O confinamento fazia prever uma mudança positiva na luta pela igualdade
de género já que numa
perspetiva de planeamento social e familiar, os estereótipos tradicionais em
torno da disponibilidade e longevidade, no que diz respeito às carreiras das
mulheres, seriam eliminados. O impacto da Covid-19 levou a que as empresas
fossem forçadas a entrar nesta nova norma de um dia para o outro, e em certa
medida, esta previsão deu passos positivos no que respeita à mentalidade global
da indústria.
"O efeito da pandemia é muito diferente de mulher para mulher.
Algumas apreciam a maior flexibilidade e a inexistência de deslocações
trabalho-casa, enquanto outras estão à beira de um esgotamento. É primordial
que as empresas assegurem que os seus gestores estão alinhados com a estratégia
de apoio aos colaboradores que têm responsabilidades de prestação de cuidados”,
acrescenta a Dra. Patricia Gestoso, head of scientific customer
support na BIOVIA, vencedora do concurso "Women in Software
Changemakers 2020", e membro proeminente da rede de mulheres profissionais
Ada´s List.
Quase um terço das mulheres que trabalham na indústria tecnológica
preferem, de facto, trabalhar em casa do que no escritório. Um número
semelhante revela que trabalham mais eficientemente a partir de casa e até 33%
afirmam que têm mais autonomia quando não trabalham num escritório, segundo o
relatório da Kaspersky "Women in Tech, Where are we now? Understanding the
evolution of women in technology".
No entanto, o mesmo relatório demonstra que o potencial do
teletrabalho para as mulheres na indústria tecnológica não está a corresponder
a uma progressão social nesta dinâmica de "trabalhar a partir de
casa". Quase
metade das mulheres que trabalham em tecnologia têm lutado para equilibrar o
trabalho e a vida familiar desde março de 2020 – uma percentagem em destaque na
América do Norte, mas que é uma tendência mundial consistente.
Merici Vinton, Co-Fundadora e CEO da Ada's
List, refere que "as
empresas precisam de ressalvar, tanto através da cultura como da política
empresarial, que darão aos pais, trabalhadores de ambos os sexos, a
flexibilidade de que necessitam durante a pandemia (e para além dela). Elas
precisam também de compreender que a representação é importante. E ter mulheres
na liderança, equipas de mulheres maioritárias e mulheres em entrevistas,
demonstra que há espaço para elas na sua empresa".
Quando as mulheres inquiridas foram questionadas sobre as funções do
dia-a-dia que prejudicam a sua produtividade ou progresso no trabalho, 60%
afirmaram que tinham feito a maior parte da limpeza em casa, em comparação com
47% dos homens; 63% tinham sido responsáveis pelas tarefas escolares em casa,
em comparação com 52% dos homens; e 54% das mulheres tiveram de adaptar o seu
horário de trabalho mais do que o seu parceiro masculino para cuidar da família. Como resultado, 47% das mulheres acreditam que os efeitos da Covid-19
atrasaram, em vez de melhorarem, a sua progressão global na carreira.
Embora estes exemplos de disparidade social não sejam específicos do
campo da tecnologia, indiciam uma barreira que impede as mulheres de
capitalizarem a mudança do ano passado para o trabalho à distância. Cerca de
41% das mulheres na área da tecnologia (em comparação com 34% dos homens)
acreditam que estabelecer um ambiente de trabalho igual seria melhor para conseguirem
evoluir na carreira e 46% consideram que o trabalho à distância é uma excelente
forma de alcançar essa igualdade.
“Se o domínio tecnológico assumir a liderança e assegurar um ambiente
mais flexível e equilibrado para as mulheres, então isto tornar-se-á a norma
mais rapidamente - o que é, também, mais suscetível de desencadear uma mudança
na dinâmica social. Como sempre, não mudará da noite para o dia, mas há sinais
de que as mulheres estão a sentir-se mais capacitadas para exigir, com direito,
esta forma de trabalho. Nós, como indústria, devemos aproveitar este impulso,
extrair os pontos positivos da transição do ano passado para o trabalho
flexível e ser um catalisador para uma mudança social mais
ampla", conclui Evgeniya Naumova, vice-presidente da rede global de
vendas da Kaspersky.
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