O estilista norte-americano Michael Kors encontra-se prestes a adquirir uma das últimas casas de moda independentes ainda existentes: a Versace. Após a marca italiana ter sido alvo de interesse por parte de vários outros pretendentes, espera-se que a fabricante de bolsas americana anuncie este negócio de forma oficial ainda esta semana.

Avaliada, atualmente, por 1,7 mil milhões de euros, a Versace encontra-se neste momento numa fase avançada nas negociações com a Michael Kors, sendo que após o negócio estar fechado a família italiana continuará a ter um papel importante na empresa, ao deter uma maior percentagem da quota da mesma.

Por outro lado, a Blackstone, empresa norte-americana que detém 20% da Versace, será eliminada deste acordo, cessando assim a sua associação à casa de moda italiana. Neste momento, a Michael Kors tem também sob a sua alçada a marca de sapatos Jimmy Choo, após no ano passado ter adquirido a empresa britânica por 1,02 mil milhões de euros.

Como avança o The Business of Fashion, este acordo surge numa altura em que os conglomerados de luxo norte-americanos, como é o caso da rival Tapestry, detentora de marcas como a Coach e a Kate Spade, têm feito um esforço para crescer num mercado que ainda é dominado pelos grandes grupos europeus, como é o caso do LVMH, que detém a Louis Vuitton.

Segundo o jornal italiano Corriere della Sera, a Versace poderá ser vendida ainda esta semana por cerca de 1,7 mil milhões de euros, tendo sido alvo de interesse de vários grupos, como é o caso da Tiffany & Co e da Michael Kors. Também a LVMH, a PVH Corp. e a Tapestry avaliaram a casa italiana nestes últimos meses.

Desde o assassinato de Gianni Versace em 1997, a administração da empresa esteve à responsabilidade de Donatella e Santo Versace. Ao passo que Donatella desempenhava as funções de diretora criativa, o seu irmão Santo era o presidente da empresa.

Após um período menos positivo vivido pela casa de moda italiana, a Versace acabaria por conseguir recuperar nos últimos anos, tendo sofrido uma crescente popularidade no mercado asiático. E tratando-se de uma das poucas casas independentes ainda existentes na Europa, espera-se que tal mude muito em breve.