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Não é possível viver feliz num mundo em que a pobreza, a
doença, a dificuldade de acesso à salubridade à saúde e à alimentação,
proliferam por muitos países e de que sofrem cerca de 4,3 mil milhões de
pessoas, quase metade da população do globo, como afirma um relatório do Banco
Mundial.
A evolução das sociedades e das economias em todo o
mundo, no séc.XX e XXI, não conseguiu ainda irradiar a pobreza flagrante em
muitos países da Ásia e da África. A presente crise pandémica irá ainda
acentuar as degradadas condições de vida de muitos milhões que habitam os
diversos continentes.
Mas, perante isto, poder-se-á perguntar, mas o que é o
marketing empresarial tem a ver com isto? A resposta só poderá ser: tem e
muito, assim como a gestão das empresas.
Atual e felizmente, muito se fala em sustentabilidade,
em preocupações ambientais, em inclusão, em saúde pública, e vemos muitas empresas
a encetar caminhos convergentes com esses objetivos.
A American Marketing Association, entidade central em
tudo o que se refere a temas do marketing, na sua definição de marketing de
2017, demonstra já uma preocupação mais abrangente: “marketing é a
actividade, o conjunto de instituições e processos para a criação, comunicação,
a entrega e troca de ofertas que tenham valor para consumidores, clientes,
parceiros e a sociedade em termos gerais”.
Neste ambiente, o marketing constitui um elemento essencial
da economia de mercado, com o seu foco progressivamente alargado, desde a concentração
exclusiva na maximização do lucro dos acionistas, até à procura também da
satisfação dos diversos parceiros de negócio e de todos os elementos que
cooperam no funcionamento das empresas, os designados stakeholders.
Na última década, começa paralelamente a surgir o
conceito de “Capitalismo Consciente”. O Capitalismo Consciente passa pelas
empresas assumirem um Propósito e uma Cultura Elevada, a Integração dos Stakeholders,
na criação e distribuição de valor, e uma Liderança Consciente.
Neste ambiente, o marketing, base fundamental da
conceção e desenvolvimento do negócio, não pode deixar de assumir um papel relevante
dentro da estratégia empresarial, em particular na abordagem do mercado e na
conceção das propostas de valor oferecidas aos clientes.
Trata-se de um necessário processo, por vezes até
disruptivo, de reequacionamento de todos os elementos do conhecido mix de marketing,
ao serviço de uma nova economia circular desde a conceção e componentes do
produto, à utilização dos recursos mais próximos, à distribuição menos
poluente, aos processos de reciclagem e reutilização.
Em consequência, há que continuar o esforço para estabelecer
as bases para a prática de um marketing sustentável, ao serviço de uma economia
cada vez mais circular, tendentes a uma economia de mercado – capitalismo –
mais consciente, propiciadora de um mais elevado bem-estar e desenvolvimento.
Tudo isto, não significa pôr o sistema em causa, mas encontrar alternativas
rentáveis, novos business cases, que incorporem novas formas de
fazer.
O Professor Philip Kotler, pai do marketing moderno, adepto
insuspeito da economia de mercado, com formação na conservadora escola monetarista
de Chicago, no seu livro, publicado em 2015, “Confrontando o capitalismo”, defende
a ideia que “...o capitalismo está na eminência de se autodestruir, por
limitar os seus grandes benefícios a não muitos cidadãos”.
Os regimes de economia de mercado, vulgarmente designados
por capitalistas, claramente superiores em todo o sentido no que respeita à
democracia e liberdade encontram-se, assim, perante um novo desafio, de
conjugar em termos sociais o lucro, com o desígnio de melhor contribuir para
uma vida mais digna de parte significativa das populações, tendente à
eliminação da precaridade de vida e das desigualdades sociais, e à exploração
desenfreada do ambiente. Muito têm evoluído positivamente estas sociedades, com
casos como os países do norte da Europa, mas um longo caminho falta percorrer,
sem se ver ainda o ponto de destino desejado e necessário, a procura do equilíbrio
e da felicidade dos povos.
Perante tudo isto, há que repensar se o próprio sistema
não se está a autolimitar, no que respeita à dimensão do mercado, aumentando o
fosso entre quem possui, cada vez mais, um elevado poder de compra e aqueles
que vão diminuindo a sua capacidade de consumo e de contribuição para o
alargamento do mesmo, logo da sua futura expansão.
Termino, citando o slogan da organização americana –
Conscious Capitalism Inc - “Making the world happier, smarter & richer”, é o dever de todos
os elementos da sociedade.
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