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No final do ano passado, a Apple percebeu que os consumidores não perguntavam à Siri, assistente virtual da marca norte-americana, como está o tempo ou o trânsito. Os consumidores querem saber de temas mais emocionais, que lhes dizem alguma coisa.
Este é um dos exemplos dados por Victoria Loomes, senior trends e insights analyst da TrendWatching no Reino Unido, durante a Conferência da APAN “Trends: inspiring tomorrow”.
A oradora internacional explicou que as marcas têm de passar de ser assistentes virtuais para passarem a ser companheiras virtuais. Victoria acredita que há cinco tendências do comportamento do consumidor a que as marcas têm de estar atentas: Automative Commerce, virtual companions, glass box tactics, moments of truth e the awokening.
Para Victoria, 2018 é o ano em que a cultura interna de uma marca vai ser o fator mais determinante na escolha dos consumidores. 70% dos millennials estão dispostos a gastar mais com marcas que suportam causas em que eles próprios acreditam.
Um tema que nos leva à honestidade. Quanto mais uma marca for honesta dentro da sua indústria, mais os consumidores vão confiar nessa mesma marca, e confiança gera negócio. Desde 2013, a confiança dos consumidores decresceu em relação ao governo, ONG´s, media e marcas. E não parece estar a melhorar, basta olharmos para o recente caso do Facebook e Cambridge Analytica.
Mercado da beleza em Portugal vale 1 bilião
A confiança é um tema que atravessa também o setor da beleza. De acordo com Cátia Martins, diretora geral da L´Oréal Portugal, 70% dos consumidores diz comprar produtos de beleza apenas se estes forem realmente eficazes.
1 bilião de euros é quanto vale o mercado da beleza em Portugal. Cátia Martins diz que os portugueses estão mais vaidosos e tudo se deve às redes sociais. Influenciadoras ou selfies, a verdade é que os consumidores têm vontade de arriscar e pretendem gastar mais dinheiro em maquilhagem, styling, coloração e cuidados do corpo e rosto.
Para além do online, a experiência de consumo mudou radicalmente e por isso também as lojas para sobreviverem têm de se reinventar.
“A forma como vemos a beleza no futuro vai mudar: mais interatividade, mais interessante, melhor experiência como ponto de diferenciação”, explica Cátia Martins.
Tratar o conteúdo como um produto
Andrew Davis, aclamado orador internacional e autor de bestsellers, animou a plateia e surpreendeu ao dizer “é preciso tratar o conteúdo como um produto” numa era em que há excesso de informação.
Para Andrew, conteúdo cria relações, relações criam confiança, confiança gera negócio. E por isso é fundamental que as marcas tenham a capacidade de mais do que criar branded content, criar conteúdo de marca. “Por exemplo, se pesquisamos por Coca-Cola no Google aparecem-nos 17 menções, se pesquisarmos a Red Bull aparecem-nos 4 menções. No futuro, o conteúdo da Red Bull vai ser mais valioso do que os seus próprios produtos”, explica.
Menos é mais numa era em que a cada segundo nascem 17 novas páginas na web. Qualidade em vez de quantidade é a verdadeira oportunidade de mercado neste momento e há que saber produzir informação que as pessoas querem realmente consumir.
Andrew dá um exemplo bastante interessante: “como é que olham para o vosso site na Internet? Como se ele fosse o centro do universo e tudo o resto gira à sua volta? Ou preferem a teoria de Galileu, em que o vosso site é um pequeno planeta à volta do Sol, sendo que o Sol é a Google?”.
É preciso as marcas perceberem que são um pontinho no enorme universo da Internet e há que saber chegar a nichos para fazer sobressair um conteúdo em milhares de conteúdos.
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