Marcas de moda europeias que compram artigos de vestuário prontos a vestir provenientes do Bangladesh acordaram, esta terça-feira, entregar a responsabilidade relativa a questões como a segurança dos trabalhadores a um novo órgão, agora formado – o ‘Readymade Sustainability Council’ (RSC).

Esta nova entidade, governada pela Associação de Exportadores e de Fabricantes de Vestuário do Bangladesh (BGMEA), bem como por representantes dos trabalhadores e das marcas, irá assim substituir o chamado Acordo de Segurança para Incêndios e Construção no Bangladesh, assinado para garantir a conformidade na monitorização dos locais de trabalho constituintes dessa mesma indústria da moda e para garantir a segurança dos mesmos, através de inspeções e de financiamento.

Note-se que este foi assinado por várias marcas europeias (tais como a H&M e a Benetton) com o objetivo de melhorar a segurança nas fábricas localizadas nesse país, depois de um complexo de edifícios dessa natureza ter colapsado em 2013, matando mais de 1100 pessoas. No entanto, o mesmo deveria inicialmente expirar em maio de 2018, tendo ainda assim sido acordado um período de transição mais longo.

Destaque ainda para o facto de os membros deste acordo terem trabalhado no sentido de estender a sua autoridade a respeito destas temáticas – tendo, no entanto, tal sido negado pelos proprietários das próprias fábricas. Por essa razão, os responsáveis governamentais viram-se forçados a criar um órgão próprio para assumir essas questões.

Este ‘Readymade Sustainability Council’ pretende assumir-se, assim, como uma iniciativa que une a indústria às marcas e aos sindicatos, de forma a garantir uma solução sustentável capaz de prosseguir com as conquistas significativas já alcançadas, através do anterior acordo, relativamente a questões de segurança nos locais de trabalho no Bangladesh, contou à Reuters Rubana Huq, presidente da nova associação.

O Bangladesh trata-se da segunda maior indústria de vestuário do mundo, algo que foi possibilitado pelos baixos salários que nela são praticados, detendo cerca de quatro mil fábricas e empregando, aproximadamente, quatro milhões de trabalhadores.