Costuma dizer-se que há males que vêm por bem, mas nunca bens que vêm por mal.

A verdade é que o desconfinamento está a tornar-se na segunda opção. Os portugueses andavam deprimidos, com o lock down, solitários por não ver a família, mas a verdade é que somando o sol, mais a vontade de sair de casa, subtraiu-se a máscara e dividiu-se o gel desinfetante.

Não é bom. E quem o confirma é a Kantar, num estudo realizado para a Centromarca onde as conclusões sobre os primeiros tempos de desconfinamento, entre 3 e 17 de maio, mostram as primeiras oscilações de valores.

Durante o Estado de Emergência, 80,9% dos portugueses apresentava elevada preocupação face à pandemia, com o Estado de Calamidade esse valor desceu para 76,2%.

O impacto negativo na economia, é a principal justificação. Ir mais vezes ao supermercado, mas encher menos o carrinho é a tendência do “novo normal” e o possível colapso da segurança social e perda de emprego continuam no topo das preocupações nacionais.

Segundo afirma Pedro Pimentel, Diretor-Geral da Centromarca “o desconfinamento e uma maior mobilidade geram um comportamento de compra mais próximo do que se verificava antes da pandemia. (…) É de salientar ainda que – ao contrário do que se verificava até ao início desta crise – os portugueses preferem realizar agora as suas compras nos dias de semana e não ao fim de semana como anteriormente.”

Relativamente às férias, a realidade não é a mesma. Os portugueses mostram preferência por sair de casa, mas continuar no país, com vista a “diminuir os gastos na área da restauração e em bares, bem como em atividades de lazer”.

Pedro Pimentel, explica “uma parte substancial da população ainda apresenta algum receio de regressar a atividades de consumo fora do lar. Acreditamos que é importante manter um comportamento prudente e responsável, mas que é necessário amenizar medos excessivos que podem dificultar o regresso e atrasar a necessária recuperação económica do País”.

Este estudo incluiu uma amostra de 4.000 lares, em Portugal Continental, e que analisou as compras das 20 primeiras semanas de 2020.