Por estes dias, Madonna volta a ser um dos principais destaques nos jornais, revistas e televisões portugueses. E desta vez quem quiser ver a rainha da pop é no palco, sem a interferência de lentes de máquinas fotográficas ou a barreira dos ecrãs de telemóveis. Recordações? Muitas e na memória dos fãs, já que a captação de imagens foi proibida nas suas atuações no Coliseu de Lisboa.

A artista, que nos habituou ao longo de mais de 30 anos a proporcionar as mais diversas experiências, volta a surpreender ao proporcionar uma experiência nova para alguns, aqueles que já “nasceram com o telemóvel na mão” e que foram sempre a concertos e a festivais a captar as mais diversas imagens. Isto sem por vezes viver e sentir o próprio espetáculo na totalidade, apenas na ânsia de captar um frame e de partilhar nas redes sociais. Sem o foco no conteúdo, mas no espetáculo do conteúdo. E, possivelmente, a viverem mais tempo a contar a sua vida no digital, do que a vivê-la.

É verdade que quando começou a carreira no início dos anos 80 do século passado não havia Facebook, nem Instagram – Madonna melhor do que ninguém sabe o que é ser um influenciador sem estar no digital, mas também se sabe reinventar ao sabor dos tempos. Hoje, a cantora é uma utilizadora assídua destas plataformas para mostrar o seu trabalho e (muitos) momentos da vida privada. Seja para ver o sorriso dos fãs, ou com qualquer outra intenção, a artista vem provar que é possível viver sem o telemóvel durante duas horas e apreciar os momentos únicos das experiências que vivemos pelos nossos olhos. E a avaliar pelas reações dos fãs à saída dos primeiros concertos, os admiradores não pareceram sair desagradados com a medida. Afinal, “Express Yourself” também pode ser sem telemóveis.