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A câmara municipal da cidade norte-americana de Los Angeles, considerada uma das cidades de referência no universo da moda, decidiu na passada terça-feira proibir a venda e fabrico da maioria dos produtos feitos a partir de pele de animal, sejam eles peças de vestuário ou acessórios.
Tornando-se assim na maior metrópole dos Estados Unidos da América a tomar tal decisão, depois de São Francisco e de dois municípios de menores dimensões da Califórnia, a lei aprovada pela câmara municipal local ainda necessitará de ser assinada pelo mayor para ser promulgada.
De acordo com a Reuters, os apoiantes desta medida esperam que a implementação desta lei naquela que é a segunda maior cidade do país pode fazer com que ações semelhantes sejam tomadas noutros locais, promovendo assim a defesa dos direitos dos animais por todo o mundo.
“Los Angeles é uma das capitais da moda a nível mundial e se nós conseguimos fazer isto aqui, podemos fazê-lo em qualquer lugar”, aponta o vereador Paul Koretz, um dos apoiantes da medida. “Espero que Nova Iorque, Chicago e Miami estejam a ver.”
De facto, em Los Angeles localiza-se um dos maiores “fashions districts” de todo o mundo, um hub que é composto por quatro mil lojas de moda, sendo que apenas uma minoria ainda vende produtos de pele de animal. “Consigo pensar numa loja, talvez duas, que vende peles”, refere a porta voz do hub, Ariana Gomez.
Apesar de muitos dos produtos feitos a partir de pele de animal já não serem tão populares como anteriormente, o diretor executivo do Fur Information Council of America, Keith Kaplan, acredita que esse material ainda é encontrado em cerca de 70% das mais recentes coleções de outono que foram apresentadas por todo o mundo. “Se os consumidores não as comprassem, as casas de moda não estariam a desenhá-las e os fabricantes não estariam a produzi-las”, salienta o responsável, referindo ainda que os métodos utilizados na indústria das peles são cruéis e desumanos.
Acontece que, de acordo com um censo realizado na Califórnia, em 2012 as vendas no retalho de peles e roupas de pele totalizaram cerca de 360 milhões em todo o estado. Agora, com o plano aprovado na passada terça-feira, espera-se que esta proibição das peles de animais entre em vigor em janeiro e terá que ser implementada na sua totalidade num prazo de dois anos, tendo os retalhistas até ao final do ano de 2020 para vender todos os produtos desse tipo que possuem nos seus inventários.
No entanto, desta lei excetuam-se todos os produtos de pele usados, estando também a ser considerada a aplicação de tal exceção a produtos usados para fins religiosos, como é o caso dos chapéus utilizados pelos judeus ortodoxos, bem como a utensílios feitos de pele e que se encontram sob a autoridade de uma licença de captura de peles nesse estado.
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