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As “modas” são isso mesmo “modas” e por isso vêm e vão. Vem isto a propósito das tantas modas que constantemente assistimos todos os dias, todas as épocas, todos os anos.
No vestuário, estudos demostram que de 20 em 20 anos as “modas” praticamente se repetem, obviamente devidamente adaptadas às novas tendências e devidamente reconfiguradas por algum estilista de renome e, por isso, as calças à boca de sino ou os trench-coats vão voltar a usar-se, devidamente redesenhadas, e daqui por mais ou menos 20 anos voltarão novamente.
Na área da Economia e da Gestão também assistimos permanentemente a um desfilar de novos conceitos e de “modas”: foi o Kaizen nos anos 70, a Qualidade nos anos 80, a Inovação nos anos 90, depois o Benchmarking, a Reengineering, a Coopetition, o Ecosistema, as Sinergias, a Estrutura Matricial, o Teletrabalho, e tantas e tantas outras “buzzwords” que vamos constantemente ouvindo, lendo, aprendendo, implementando…
Não tem mal nenhum isso. É normal, é da vida, é a simples evolução ou capacidade de adaptação.
A grande questão é se será a “Digitalização” mais uma “moda”, mais uma “buzzword”, algo passageiro que rapidamente dará lugar a qualquer uma outra.
Obviamente que na área da Gestão e da Economia haverá sempre novas tendências. Mas na minha perspetiva desta vez as coisas são diferentes. E isto porquê. Porque a digitalização está mesmo a entrar em todos os sectores, em todos os mercados e a penetrar fortemente na própria sociedade. A questão não se prende com determinado sector, fábrica, modo de produção ou mesmo estilo de vida. A questão, hoje, é que a digitalização está de tal forma patente na nossa vida e influencia de tal formar o nosso dia a dia que não vai ser possível voltar para trás…
No lazer, no turismo, no entretenimento já (quase) ninguém viaja sem ir ao Booking, ao Trivago, ao Google Maps, ao Tripadvisor, ao AirBNB, ao Zomato, faz compras sem consultar a Amazon, o E-bay ou o Alibaba, ouve música no Spotify, consulta os voos no Skyscanner ou numa qualquer App que esteja à distancia de um click. Tudo (quase tudo) está à distância de um click... e uma empresa, como por exemplo a Apple, tem um volume de negócios idêntico ao PIB de Portugal.
Até a Banca e o Sistema Financeiro, tantas vezes tradicional e resistente à mudança, não teve outro remédio senão evoluir rapidamente e “saltar” depressa e em força para o mundo Digital. O que se passa hoje em dia na área financeira com as Fintech, o Blockchain, o Hashgraph, o We-Chat, o E-Commerce, ou a Bitcoin é suficientemente assustador para a própria Banca perceber que ou está “in” ou alguém recebe dividendos e stock options por eles… Um dos grandes problemas no futuro vai ser, por isso, a Ciber-segurança e a info-exclusão.
Por outro lado, a questão do “Digital” não vai passar de moda porque há toda uma nova geração que já nasceu com esta base e que lida com este mundo na ponta dos dedos praticamente desde a nascença. Perguntem a uma criança se quer um Lego ou um Tablet, uma bicicleta ou um telemóvel, um Livro do Tio Patinhas ou o Instagram. É assustador mas é assim. Estamos contra. Discordamos. Tentamos contrariar, mas vamos ter de nos habituar…
Um das ´escritoras´ mais influentes da atualidade, a italiana Chiara Ferragni não escreve livros, apenas tem um blog e gere um Instagram milionário.
Os Millennials andam por ai, os pós-Millennials já cá estão e os Linksters também.
Vem tudo isto a propósito da Economia e da Industria e da revolução que o Digital está a trazer a todos os sectores. Por outro lado, atualmente, realidades como a “Internet of Things”, o “3D Printing”, o “Machine2Machine”, as “Smart Factories”, “Smart Cities”, a “Indústria 4.0”, os “sensores inteligentes”, a “inteligência artificial”, o “Big-data”, tudo assente numa “híper-cloud” que funciona à velocidade do 5G estão a revolucionar o modo de produção e de vida.
Para se ter uma noção, a onda de digitalização da economia e da sociedade que ai vem, é 100 vezes maior que a onda do canhão da Nazaré surfada por Garret McNamara. Vamos, por isso, necessitar de uma autentica revolução de mentalidades, competências, organização, processos e modos de operar para os quais ainda não estamos preparados.
E como dizia Darwin: “it is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but the ones most responsive to change”….
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