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Durante anos, era comum a ambição de ter um “emprego para a vida”, comprar casa e constituir família. Mas esses objetivos profissionais e pessoais estão cada vez mais de lado.
Estas e outras tendências são conclusões do estudo Life Trends 2024 da Accenture, que começa por nos questionar “Where's the love?”. A tendência que abre o estudo fala-nos dos cortes nas organizações, sem olhar para as necessidades do consumidor que, segundo a análise, estão a sentir esta “falta de amor”. 47% dos clientes dizem sentir-se desvalorizados quando têm dificuldade em contactar ou falar com agentes do serviço de apoio ao cliente que não os apoiam.
“The great interface shift” é a segunda tendência apontada pela Accenture Song, que explora a forma como a Inteligência Artificial Generativa está a contribuir para a experiência online do utilizador. As conversas com ferramentas de IA convidam-nos a ser mais precisos na escolha de palavras, dando à IA a oportunidade de nos conhecer melhor. 39% das pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 34 anos preferem recorrer a este tipo de ferramentas, em vez das pesquisas nos motores de busca, e 42% sentem-se à vontade para utilizar a IA generativa para encontrar recomendações de produtos.
A Accenture usa ainda a expressão “Meh-diocrity” para descrever a terceira tendência. Aqui, destaca-se a estagnação da criatividade que, num mundo cada vez mais digital, se tornou refém da tecnologia e dos algoritmos digitais.
“Se pegarmos na indústria da música, por exemplo, vemos que as músicas têm vindo a ficar mais pequenas devido à economia do streaming — se antes os artistas recebiam por vendas dos álbuns, hoje recebem por escutas das músicas nas plataformas de streaming […] Se analisarmos do ponto de vista do design, 35% dos inquiridos do relatório dizem que as aplicações móveis são indistinguíveis entre as marcas”, afirma Ricardo Monteiro, Head of Design da Accenture Song em Portugal.
“Estamos perante um período de estagnação criativa, no entanto, este cenário é propenso para a originalidade brilhar e as marcas que conseguirem quebrar o zeitgeist”, acrescenta.
Apesar do avanço significativo da tecnologia, na quarta tendência, “Error 429: Human request limit reached”, a Accenture alerta para a possibilidade de a IA poder ter um impacto negativo no bem-estar da população: “parece que é algo que lhes é imposto e não pensado para elas, exigindo demasiado e, muitas vezes, não tendo um impacto positivo”.
Já a última tendência, “Decade of deconstruction”, descreve a desconstrução social vivida atualmente. “Escola, progressão na carreira, casamento, mobilidade social, família, reforma. O percurso nas antigas definições de sucesso era marcado por marcos comuns e partilhados pela generalidade da sociedade. Numa altura em que as pessoas vêem a vida com mais flexibilidade, a sociedade está a sofrer mudanças.” 50% dos inquiridos afirmam que a pandemia os fez questionar sobre as suas opções de vida e 48% dizem que fazem planos com menos de um ano para o futuro, na eventualidade de os fazerem.
“Existe sempre algo que liga as pessoas e o mundo à sua volta. Seja isso uma ferramenta, uma história, ou uma marca”, salienta Ricardo Monteiro. “Estas tendências exploram a evolução destes fatores, porque estes estão a levar a sociedade a um estado de mudança constante. Hoje, as pessoas desconstroem tudo porque estão a tentar descobrir o seu lugar no mundo”, acrescenta.
Ao Imagens de Marca, o Head of Design da Accenture Song revela que os estudos que desenvolveram recentemente indicam que a taxa de mudança que afeta as empresas tem aumentado continuamente desde 2019. 183% nos últimos quatro anos, e 33% só no ano passado, sendo a tecnologia a principal causa de mudança em 2023.
Já no que diz respeito aos líderes, “a maioria dos executivos do C-Suite revela que mais de metade (52%) não se sente totalmente preparado para responder à mudança que enfrentarão no ambiente de negócios em 2024”. Uma mudança pautada pelo crescimento da Inteligência Artificial. No entanto, 76% vê a Inteligência Artificial Generativa como uma oportunidade, e não como uma ameaça.
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