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Se instintivamente preferimos
um médico experiente a um recém-formado, porque rejeitaríamos um que agregasse
toda a experiência médica do mundo? Posto de outra forma, porque é que não o
exigiríamos como essencial?
Quando pensamos em
Inteligência Artificial (IA) é frequente a associação a filmes como o
Exterminador Implacável ou 2001: Odisseia no Espaço, passados em cenários
futuristas e distópicos. O que é menos frequente é a consciência de que ela já
faz parte das nossas vidas, produzindo as sequências do feed das redes sociais, servindo de base aos assistentes virtuais
ou até desfocando o fundo das fotografias que tiramos com o telemóvel no modo
de retrato.
No nível mais básico, IA é um
termo usado para agregar situações em que uma máquina ou programa consegue
realizar e otimizar tarefas sem que humanos tenham de explicar como chegar de A
a B: basta fornecer exemplos de A e B e a “máquina” tratará de descobrir o
melhor caminho entre ambos, poupando a necessidade de os listar exaustivamente
e abrindo espaço para soluções que nem o programador consegue antever, daí a
associação à palavra “inteligência”, pela suposta criatividade que lhe está
inerente, e à expressão “black box”, por não ser necessariamente claro como é
que se chegou ao resultado final.
Um dos momentos mais
marcantes que transformou a Amazon no gigante que hoje conhecemos deu-se quando
passou a recomendar livros aos seus clientes, não com base nos seus perfis
demográficos e atitudinais, mas sim pela simples associação do carrinho de
compras de um novo utilizador ao histórico de compras de outros clientes: se
era frequente a compra conjunta de dois livros, independentemente de perceber o
porquê, bastava agora sugerir a quem comprava o primeiro que comprasse também o
segundo para ver as vendas aumentar.
Por outro lado, quando
tentaram utilizar um sistema semelhante para triar candidatos a vagas de
emprego, usando a base de dados dos seus funcionários como exemplos de
contratações de sucesso, verificaram que os resultados saíram enviesados para
pessoas predominantemente masculinas, relevando uma das limitações desta
tecnologia, que tende a replicar os enviesamentos das bases que lhe são
alimentadas, muito à semelhança da educação tradicional.
Noutro campo, dados do
primeiro trimestre deste ano confirmam que os veículos com condução autónoma da
Tesla tiveram apenas um décimo dos acidentes por km percorrido face aos carros
conduzidos por humanos: assim aumente a capacidade de produção deste tipo de
sistemas e a sua acessibilidade, estou certo de que serão em breve tão
essenciais (e obrigatórios) como o cinto de segurança.
Pensando no mundo do
Marketing, o que mudará quando for o assistente virtual a decidir o que (e
onde) comprar? Até que ponto a escolha do próximo carro com sistema de condução
autónoma dependerá da prioridade que cada marca der à proteção dos ocupantes em
caso de acidente iminente, em detrimento de eventuais transeuntes? Encontraremos na
parede dos gabinetes médicos, ao lado dos certificados de cursos de medicina,
emblemas que atestem a certificação dos diagnósticos por inteligência
artificial?
E se é por aqui que vamos, o
que dizer da preparação que devíamos estar a dar desde já às nossas crianças,
inseridas que estão num ensino que continua a colocar a tónica na memorização
de conteúdos, ignorando por exemplo a presença ubíqua de telemóveis que os
colocam à distância de uma pesquisa online?
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