A Netflix posicionou-se como líder das plataformas de streaming, inovando através de um modelo de negócio de sucesso que não agrada particularmente a determinadas empresas ligado ao universo cinematográfico. O facto de a marca estrear filmes que concorrem a prémios como os Óscares quase simultaneamente nas salas de cinema e no seu serviço de streaming tem causado desconforto em Hollywood.

Numa altura em que o coronavírus é o tema do dia, o surto fez com que grandes indústrias cinematográficas, como a Universal Pictures e a Disney, imitassem, de alguma forma, algumas das táticas implementadas pela plataforma. O objetivo é rentabilizar os seus últimos lançamentos, que acabaram por ser um desastre a nível de bilheteira por causa do Covid-19.

“The Hunt”, “Emma” ou “The InvisibleMan”, da Universal Pictures, estão disponíveis em diversas plataformas de streaming por 20 dólares durante 48 horas. Algo que vai em sentido contrário ao do acordo tradicional que impõe uma exclusividade de 90 dias para a projeção de uma estreia nas salas de cinema.

A decisão surge após um fim de semana “trágico”, onde, de acordo com a Reuters, apenas foi registada uma receita de bilheteira nos Estados Unidos na ordem dos 55 milhões de dólares (cerca de 51 milhões de euros), o pior valor desde 1995.

No caso da Disney, a sua estratégia foi criação a sua própria plataforma de streaming, Disney+, onde irá oferecer as suas mais emblemáticas estreias, como Frozen 2. Uma plataforma que parece chegar na melhor altura, já que vários países começam a adotar medidas de isolamento obrigatório por causa da pandemia do novo coronavírus.