Histórias com barbas que ficam na retina

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Histórias com barbas que ficam na retina
16 de Julho de 2024
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Maria José Martins
Diretora Criativa de Conteúdos
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Quem diria que, duas das casas mais emblemáticas do comércio tradicional do Porto, têm na barbearia uma história em comum? São estas felizes coincidências que dão mais encanto às nossas incursões pelo Porto de Tradição.


Na rubrica deste mês de julho, já em pleno verão, fomos à procura de casos dentro do setor da beleza e da saúde. Naturalmente temas que nos dizem muito nesta época do ano. A cuidar das barbas e cabelos dos portuenses desde 1930, está a Barbearia Tinoco que faz parte do património arquitetónico da cidade pela representação singular do estilo Art Déco. Um espaço que não deixa nenhum turista indiferente, atraindo milhares de visitantes para uma fotografia que os coloca num outro tempo. João Vilas é o proprietário que faz justiça à especialização do estabelecimento, com uma longa barba a fazer lembrar os ZZ Top. É ele que nos conduz também nesta viagem pelo passado da Barbearia Tinoco que se quer manter como uma referência nos cuidados de beleza masculina. Poderia ter sido numa destas cadeiras a cortar a barba que o fundador da Retina Ótica em jeito de desabafo contava ao barbeiro que precisava de um sócio com capitais para abrir uma empresa dedicada à saúde ocular. Não foi aqui, terá sido num outro espaço, na rua do Bonjardim que a conversa se deu. Mas, a verdade é que a oportunidade de negócio acontece no barbeiro.


Com 75 anos de atividade, a Retina Ótica é também considerada uma pequena “Torre do Tombo” pela informação histórica que preserva de prescrições de médicos oftalmologistas e características de todas as vendas que fez. Foi importadora de muitos equipamentos dos consultórios médicos de norte a sul do país e foi pioneira a comercializar a tecnologia de lazer, nos anos 50 acredita que também foi a primeira a disponibilizar ao mercado as lentes de contacto. Preocupada com a saúde e bem-estar trabalha na colocação de íris artificias, lupas e próteses oculares. Uma história que nos é partilhada por Luís Jorge, sócio-gerente e neto de um dos fundadores, o tal capitalista que havia de saber da conversa pela boca do barbeiro.


Duas marcas icónicas da Invicta que foram reconhecidas pelo Programa Porto de Tradição que vale a pena conhecer.


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