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Levy Gasparian é fundador e CEO da MUFYN – Music for your needs, uma empresa que se nos apresentou como especializada em marketing sensorial que cria uma identidade musical própria para cada marca. Através deste marketing sensorial a empresa afirma que é possível comunicar de forma mais eficaz com os seus públicos-alvo, cimentando a sua imagem e reputação junto dos mesmos e criando um sentido de lealdade e relações de confiança duradouras.
Mas nós quisemos perceber no que realmente consiste este marketing sensorial através da música. Do que estaremos a falar? De Sound Desing? Notificações? A resposta é playlists para restaurantes, mas não é tão simples como possa parecer, às vezes não é só apenas carregar no play no Spotify, existe todo um processo de construção de marca.
- Explique-nos de uma forma simples no que consiste o vosso negócio? (e o que é o marketing sensorial)
LG - Somos a alma musical das marcas. Estudamos os Restaurantes, os Hotéis e lojas e entregamos uma playlist personalizada e única que muda a experiência dentro do ponto de venda. Traduzimos em música todo o conceito do marketing para gerar engajamento com a marca. E quando é bem feita , a música se torna diferenciador da marca, uma melhora na experiência do cliente.
- Como se trabalha a música de uma forma sensorial e como se transforma isso em negócio?
LG - Não se pode dissociar a música do ambiente, nem da experiência no ponto de venda. Quantas vezes entramos em um restaurante sofisticado e está a tocar um Hip Hop de gangster ou um dance de night club… Os donos dos espaços precisam ter noção que musica afasta cliente e também os cativa. Temos um cliente chamado Geographia onde toda a comida é inspirada na lusofonia, assim a música também tem que ser cantada em português com sotaques do cabo-verde, Brasil, Angola, Moçambique, Portugal etc. A experiência do cliente fica completa deste modo. Veja também o exemplo do Avila Cowork. A música é feita para inspirar e não atrapalhar a concentração. Assim escolhemos músicas lineares com andamento suave, jazz cool e um chill sofisticado e ainda criamos uma programação para as sextas feiras a passar somente jazz e assim o cliente pode transformar isso em midia social e conteúdo para as assessorias.
- É um desafio? Uma vez que vivemos no mundo das notificações? Acordamos com alarmes, reagimos a sons de sms ou notificações. Como se podem criar sons diferenciadores?
LG - Não acho de todo desafiador, acho prazeroso. Desde o tempo que viajava de carro regado a fitas cassete acreditava que os momentos precisavam ter a música adequada, seja na chegada, música para não dormir ao volante, musica para cantar e alegrar a malta. Transformei isso em business. A perceção sensorial é imediata e definitiva e conquistar pela música é provado por pesquisas que aumenta o consumo em até 30%. Basta achar a música certa para o negócio, e nisto somos especialistas.
- Quem pode recorrer ao vosso serviço e quem deveria?
LG - Todos os donos de negócio. Vejo assim, o dono de um restaurante tem que focar em servir a melhor refeição, no tempo certo, com a bebida gelada no grau correto e todo o restante do serviço. Por mais conectado a música que seja o chef, ele não tem como pesquisar tudo o que sai no mundo e o que funciona pro espaço dele. Para isso temos uma equipe de 10 pesquisadores musicais que passam o dia a pesquisar músicas e tendências.
Uma altura veio um cliente querendo refazer toda a comunicação da sua loja de roupa feminina e como reformar o espaço seria muito mais caro, começou pela música e em seguida mudou a logomarca, e a loja aos poucos foi se modernizando.
Tive também um cliente foi a NYC e veio me pedir para fazer a música igual a Abercrombie. Obviamente que a música a música dance, alto volume e luz baixa funciona na Abercrombie da 5 avenida, falei a ele, mas não na marca do cliente que era para senhoras dentro de um shopping center tradicional do Rio. Assim , achamos uma leitura musical que era moderno, mas atingia as senhoras sem as afastá-las das compras. Somos especialistas em diferenciar empresas.
- Que características têm os sons que trabalham tendo em conta os públicos alvo. Por exemplo uma marca que se queira aproximar de Millennials?
LG - Cada marca tem sua própria alma musical. Não se faz sentido pegar uma mesma playlist e botar a mesma em diversos hotéis da cadeia pois o que buscamos ao ir a um hotel no Algarve não é necessariamente a mesma coisa que buscamos em um hotel em Évora.
O Restaurante Zazah por exemplo, apesar de ser de donos Brasileiros, buscou uma sonoridade jovem e moderna, colocamos ali um pop cool, algo desconhecido em geral, que pode vir a fazer sucesso ou não, mas que com certeza as pessoas ouvirão la primeiramente.
Temos também uma marca de moda feminina muito grande no Brasil com mais de 80 lojas, as clientes têm em média 50 anos de idade e a musica tem o target de uma rapariga de 25. Assim a senhora se sente mais jovem ao comprar a roupa. Tudo estudado e resulta muito bem em vendas.
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