Em 2016, 34% dos portugueses tinham recorrido a créditos e, no ano passado, esse valor correspondia já a 44% dos inquiridos. Em 2018, esse valor foi ainda superior: de acordo com o Observador Cetelem Literacia Financeira 2018, este ano 55% dos portugueses afirmaram ter créditos, sobretudo para a compra de casa e de carro e com maior incidência nas faixas etárias entre os 25 e os 54 anos.

No entanto, são os indivíduos entre os 35 e os 44 anos aqueles que mais ponderam recorrer a um empréstimo em casa de necessidade. Quando inquiridos relativamente à finalidade desses créditos, os principais motivos mencionados passavam pela compra de casa (37%), de carro (20%), férias (15%), compras relacionadas com os filhos (9%) e despesas de mobiliário (9%).

Dos portugueses que recorrem a esta forma de pagamento, 48% confessam que o pagamento dessas prestações pode chegar a metade do orçamento mensal do seu agregado familiar. No entanto, em caso de necessidade, 35% dos questionados por este estudo admitem pedir, em primeiro lugar, um empréstimo a familiares, embora esta solução tenha descido 10 pontos percentuais relativamente ao ano passado. Como segunda opção, surge o recurso aos bancos tradicionais (29%), sendo que as instituições de crédito especializadas são a terceira escolha dos portugueses (16%).

Neste último ano, o peso das despesas mensais fixas das famílias aumentou, representando mais de metade do orçamento familiar para 34% dos portugueses. No entanto, houve uma diminuição na percentagem de portugueses que sentiram dificuldades em pagar as suas despesas mensais fixas, havendo 40% de portugueses com dificuldades em realizar esse pagamento.

Além disso, este estudo permitiu concluir que 83% das pessoas efetuam o pagamento das suas despesas antes ou dentro do prazo, ao passo que 16% pagam antecipadamente. Por fim, 34% dos portugueses confessam pagar as suas dívidas no limite, enquanto 33% pagam-nas no prazo indicado e apenas 5% revelam pagar as contas depois do prazo.

“O aumento do número de portugueses que subscreve produtos de crédito pode significar que os consumidores se encontram novamente numa posição que lhes permite aumentar os seus índices de consumo, fruto da sua recuperação financeira, bem como da estabilidade laboral e maior confiança na economia a médio e longo prazo”, comenta Leonor Santos, diretora de Compliance e Jurídico do Cetelem.