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Certamente já se deparou com alguns vídeos nas redes sociais que, à partida, lhe podem causar alguma confusão devido à dissonância entre o real e o imaginário.
Mas, na verdade, como o olhar atento do utilizador pode verificar, são tudo menos reais. Estes vídeos de relativamente de curta duração têm-se tornado virais nas plataformas digitais e têm a mão da Inteligência Artificial (IA)– a ferramenta de que muito se tem falado e que já causou impacto em diversas áreas.
Um dos exemplos mais evidentes é o vídeo da Barbie em frente ao Burj Khalifa, no Dubai, publicado pela agência criativa Eye Studio aquando da estreia do filme. O realismo da imagem levou a que os internautas acreditassem que o vídeo seria real, resultado de uma instalação 3D na maior cidade dos Emirados Árabes para publicitar a produção.
“Não foi uma colaboração paga com a Mattel. Foi algo que decidimos fazer internamente”, explica ao Imagens de Marca Juhi Rupani, diretora criativa da Eye Studio. “O vídeo gerou mais de 60 milhões de visualizações em todo o mundo e, desde então, não tem parado para nós […] Pensávamos que se tornaria viral nos países árabes como a Arábia Saudita, Omã, Qatar, etc. Não pensámos que teria esta dimensão global”, acrescenta.
Mas não é só a Barbie que circula pelas ruas do Dubai. A aposta neste tipo de publicações tem sido recorrente na indústria da moda e beleza e mostra como as marcas deste e doutros setores estão a investir e a apostar em IA e nas mais recentes tendências e estratégias de marketing digital para alcançar mais pessoas e novos públicos.
A L'Oréal pintou as ruas de Paris a bordo de um clássico e a Maybelline colocou umas pestanas em grande escala numa estação de metro em Londres, num vídeo da autoria do artista californiano Ian Padgham, que dá o nome de Fake Out Of Home a estes novos formatos de campanhas digitais.
“No final de contas, o que funciona melhor com os anúncios Fake Out Of Home, é quando se consegue incorporar o máximo de coisas ‘reais’ possível”, afirma o artista no post acima onde explica todo o processo de produção destes vídeos.
“Estes vídeos deixam as pessoas admiradas. São curtos, são rápidos. A maior parte deles parecem ter sido feitos com um iPhone. São muito simples. E é por isso que geram mais visualizações. Isto é apenas o início”, explica a diretora criativa da Eye Studio.
Embora sejam já um sucesso noutros mercados, como o do oriente, segundo explica Juhi Rupani, estes vídeos estão agora a ganhar terreno no ocidente e, consequentemente, em Portugal.
O Imagens de Marca esteve à conversa com Ricardo Assunção, diretor executivo da Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN) para perceber como estão a ser encarados estes novos formatos publicitários.
“ [A Inteligência Artificial] é uma nova ferramenta que está ao dispor das marcas, está ao dispor dos criativos e acho que, bem usada, é uma ferramenta que consegue conjugar um pouco a fantasia e o imaginário com a vida real de uma forma muito realista e muito próxima”, explica.
Para o diretor executivo da APAN, a principal vantagem destes vídeos é o impacto. Relativamente a desvantagens, “é como é tudo. Quando se começa a massificar, quando se começa a vulgarizar, perde o impacto e as marcas terão de reencontrar novas formas de impactar”.
Ricardo Assunção considera que a Inteligência Artificial precisará de regulamentação. Mas está convicto de que a indústria é forte e consciente, e que as marcas usarão esta ferramenta “sempre de uma forma positiva”.
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