Os anunciantes sabem que a chamada geração Z é hoje um importante target. Afinal de contas, os jovens nascidos depois de 1998 representam cerca de 30% da população do planeta, e dentro de uma década irão corresponder a um terço dos consumidores mundiais. Isso mesmo indica a OC&C Strategy Consultants, que realizou um estudo com o objetivo de ajudar as marcas a comunicarem com esta geração de uma forma mais eficaz.

A principal conclusão deste estudo, que contou com a participação de mais de 15 mil pessoas em nove países, mostra que o preço e a qualidade continuam a perder importância enquanto critérios de seleção para a escolha de uma determinada marca ou produto.

Os consumidores mais jovens dão mais importância a fatores secundários, como o estilo, a apresentação do produto ou a sua sustentabilidade. A geração é também exigente relativamente a temas como a responsabilidade social, a igualdade de género e a inovação.

Esta análise indica alguns números que podem ser interessantes para as marcas: por exemplo, 20% dos alemães que responderam ao estudo prefere comprar experiências do que produtos. Esta geração parece também apresenta alguma preocupação em relação ao seu futuro: a nível mundial, 35% dos inquiridos poupa habitualmente para fazer posteriormente uma compra mais cara e 12% poupa para a sua reforma.

O estudo revela ainda dados surpreendentes noutras áreas, nomeadamente no que diz respeito ao mundo digital. Por exemplo, cerca de 50% dos jovens inquiridos acredita que as normais sociais estão ameaçadas pelas novas redes digitais. 40% teme até que elas tenham efeitos negativos na sua saúde.

“Na geração Z estão a reunir-se consumidores exigentes que serão um desafio para as marcas e vendedores”, afirma Christoph Triber, um dos autores deste estudo, em declarações citadas pelo Marketing Directo. “A responsabilidade social tem um papel importante na decisão de compra desta geração. Para manter estes jovens como clientes a longo prazo, as empresas devem questionar criticamente a sua gama de bens e serviços, bem como as suas normas éticas. A consciência sociopolítica da geração Z e o seu desejo de fazer algo com significado também terá um impacto nas relações com estas pessoas”, refere.

Por fim, o que distingue também a geração Z de outros grupos é a grande influência que os amigos e as celebridades têm na sua vida, e naturalmente na forma como fazem as suas compras. “O nosso estudo mostra que a geração Z, à semelhança do que acontece com os millennials, realiza uma investigação exaustiva de produtos e preços. Utiliza os canais online das marcas de forma mais intensa que as gerações anteriores. De uma forma geral, a geração Z confia menos nos motores de buscas ou em plataformas multimarca, e é mais assertiva do que as gerações anteriores”, conclui o responsável Christoph Triber.