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Os tempos que vivemos são profícuos em mudanças
rápidas, mais ou menos fraturantes, e têm percorrido o caminho previsto por Klaus Schwab no seu livro a 4ª revolução industrial.
Nele, o autor, refere que irão emergir e/ou consolidar-se
tecnologias derivadas das anteriormente existentes, que provocarão profundas
alterações socio económicas.
Falamos de disrupções como as novas vacinas criadas com uma
tecnologia, até aqui experimental, e que agora passa a ser a nova realidade que
provavelmente alterará o negócio farmacêutico e a medicina.
Falamos também, da cada vez maior digitalização dos negócios
que vem mudar os seus modelos e, por consequência, o modo como trabalhamos,
lideramos e socializamos no trabalho; assim como da real perceção da
necessidade de criar uma irreversível tendência de proteger o planeta e
diminuir as desigualdades.
O mesmo autor, no seu livro Reset, refere que está pandemia
obriga mesmo a alterações que são oportunidades e necessidades para resolver
estes problemas.
A palavra fragmentos, no título deste artigo, deriva da vontade
de partilhar algumas leituras, que não têm entre si um fio condutor que não
seja os tempos que vivemos, embora tenham uma relação direta com o que a
realidade descrita acima, provoca nos negócios.
Assim:
Em termos de Comunicação, a Vodafone assumiu um novo
posicionamento “Together We Can” onde, claramente
vê o futuro através de uma simbiose entre homem e máquina ou tecnologia. Só
assim poderemos viver e resolver problemas globais como a sustentabilidade do
planeta e a desigualdade. A marca volta a surpreender com a sua inovação e desafrontadamente,
assume a tecnologia como parceira indispensável e não como uma causadora de
problemas socioeconómicos.
Outro exemplo de adaptação da comunicação às preocupações
globais é o da Unilever relativamente à inclusão. A marca
aboliu a palavra normal (muito ligada a estereótipos) da sua comunicação,
passando a utilizar o conceito de beleza positiva e um
compromisso para uma vida melhor.
Em termos de Proposta de Valor, verificamos que o
valor do produto se reduziu significativamente, não permitindo mais uma
organização e lógica de portefólio industrial, uma vez que o consumidor passou
a valorizar muito os serviços conexos e a marca enquanto entidade que contribui
para a resolução dos grandes problemas da humanidade, tendo-se convertendo a
ideia de missão na ideia de propósito. Um bom exemplo são os serviços instant ink da
HP onde o cliente deixa de se preocupar com os consumíveis.
No que respeita à Distribuição assistimos a um
crescimento importante da relação one-to-one das grandes marcas. Segundo
a Economist, a Nike tem uma aposta clara de vendas e relacionamento no canal digital direto.
Este exemplo revela que a estrutura de distribuição está a
ser repensada, existe uma desintermediação e o papel da loja vai ser no futuro
muito diferente do que é hoje; pois também se sabe que nenhuma marca quer
perder um touch point tão rico e privilegiado com os seus consumidores.
Surpreendente também é que a Netflix esteja, segundo a
Economist, a contribuir para a verdadeira criação de uma cultura europeia. Outrora
catalogada como uma ameaça para os canais de televisão (não deixou de o ser),
hoje os seus conteúdos têm um efeito muito positivo, dado o seu contributo
agregador único.
Nenhum canal de televisão tem uma audiência europeia como a
Netflix têm, fazendo com que toda a Europa esteja a ver a mesmas series com
temas, produções e localizações feitos cá.
Muito está a acontecer, e depressa; exigindo de nós atenção,
informação e adaptação.
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