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Era uma vez na América, onde a corrida ao ouro atraía aventureiros de todas as proveniências. Um sheriff recém-eleito impunha novas regras, afastava perigos e consolidava o seu poder com mão de ferro. A cidade prosperava, mas, acabaria por se fechar sobre si própria, perdendo o brilho de outrora.
Qualquer semelhança com a realidade é pura ficção.
Donald Trump é um político como poucos. Prometeu “Make America Great Again” e cumpriu o que muitos consideravam impossível: redesenhar, à sua maneira bem peculiar, as relações comerciais e políticas internacionais. Na arena estritamente económica, as novas tarifas impostas, à revelia da Organização Mundial de Comércio, estão a redefinir, de forma abrupta, as regras do jogo e a empurrar o comércio global para um território de incerteza, onde alianças de sempre se reescrevem e parcerias se desfazem.
Este abalo, porém, abre uma janela rara para economias mais ágeis e criativas. Portugal — pequeno em escala, mas em crescente reputação — pode aqui encontrar uma inédita oportunidade. O setor do calçado, em particular, poderá assumir-se como alternativa viável à produção massificada e ambientalmente insustentável.
Se, para alguns, o novo mapa tarifário é uma barreira, para as empresas portuguesas pode ser a oportunidade para reforçar a sua presença no mercado norte-americano, onde cresce a procura por produtos premium, sustentáveis e com história.
Parece ser claro que, num mundo em que a geopolítica dita os fluxos comerciais, vencerá quem souber contar a sua história e entregar qualidade sem concessões. Esta é a verdadeira corrida ao ouro do século XXI.
Para isso, é preciso fazer o que nunca foi feito. Implica, por outras palavras, investir onde outros hesitam, seja em inovação tecnológica para garantir novos ganhos de eficiência, em design diferenciador, em sustentabilidade imaculada e, sobretudo, em inteligência comercial para abrir portas num mercado de enorme exigência. Em paralelo, importa apostar em campanhas cirúrgicas de marketing, aliando a presença física ao universo digital, bem como construir parcerias estratégicas que acrescentem escala e reputação.
O futuro dependerá, hoje como sempre, de quem se souber adaptar às mudanças, ouse mesmo lidera-las, mesmo que, para isso, tenha de atravessar territórios ainda por mapear.
Para as empresas portuguesas, num quadro tarifário mais favorável como o atual – neste novo regime o Brasil é penalizado em 50%, a China em 30%, a Índia em 50% e o México em 25% só para citar alguns exemplos - este é mesmo o momento da verdade.
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