Portugal tem de ser a Indústria mais sexy da Europa, mas também a mais cool fora do mercado europeu. A nova vaga de crescimento que está a ser preparada para o setor por parte da APICCAPS tem como foco os EUA e o Japão. Paulo Gonçalves, Diretor de Comunicação da Associação Portuguesa da Indústria do Calçado, componentes, artigos de Pele e Sucedâneos, faz um balanço dos últimos números alcançados pelo setor nos mercados internacionais e explica como está a ser trabalhada a entrada das empresas e marcas portuguesas no mercado norte-americano. “Eu diria que nos últimos 8 anos o calçado português cresceu de forma sustentada. Estamos a falar de um crescimento acumulado superior a 60%. Nós estamos em querer que, 2018 será um novo ano de afirmação do calçado português nos mercados externos. Já exportamos 95% da produção para 152 países nos 5 continentes, mas nós queremos ainda dar um salto! Porque nós entendemos que há um potencial de crescimento extraordinário para a nossa indústria em especial fora da Europa, e daí, que tivéssemos elegido dois mercados, que do nosso ponto de vista são nevrálgicos. Por um lado, o Japão, e por outro os Estados unidos, que é o maior importador mundial de calçado. É o maior mercado de calçado do mundo e a nossa aposta começou em 2018, mas é uma aposta para a próxima década”, afirma Paulo Gonçalves.

A qualidade do produto português tem no mercado norte-americano uma oportunidade “gigante” e a APICCAPS entende que há condições para duplicar as vendas. A abordagem está a ser feita de uma forma progressiva, e a estratégia de comunicação tem vindo a ser adaptada através da associação do “Portuguese Shoes” a rostos portugueses que estão a destacar-se com sucesso na moda nos EUA. A modelo Isilda Moreira é um exemplo disso, ao ser escolhida recentemente para entrar na galeria dos “Anjos” da Victoria’s Secret. “Trabalhámos com a Isilda exatamente na campanha deste ano e na abordagem ao mercado americano. Quis o feliz acaso, que a Isilda tivesse sido recentemente nomeada também como novo anjo da Victoria’s Secret, e portanto, também desse ponto de vista vamos beneficiar naturalmente”, refere o diretor de comunicação da APICCAPS.

Inveja dos italianos?

Longe vão os tempos em que só por ser de origem portuguesa o preço final dos sapatos portugueses desvalorizava logo 30%. Uma realidade que a APICCAPSse orgulha de ter ajudado a transformar nas últimas duas décadas, colocando Portugal, com o segundo maior preço médio de exportação, entre os produtores de calçado internacionais. Na opinião de Paulo Gonçalves, hoje, quando se olha para Portugal pensa-se no setor como um caso de estudo. É certo que os italianos são os maiores rivais do calçado português, mas já não há motivos para sentirmos “inveja”. O diretor de comunicação da APICCAPSnão tem dúvidas que: “hoje, há muita gente pelo mundo inteiro que tem inveja do calçado português. Do posicionamento, do crescimento, do dinamismo absolutamente extraordinário dos nossos empresários, e por último, a circunstância das coleções que apresentam. Porque essas coleções são reflexo de muito trabalho e de muito estudo também!”. Apesar da APICCAPSnão estar satisfeita e acreditar que é possível dar passos mais ambiciosos, os resultados demonstram que a indústria está a crescer há 8 anos consecutivos, e que, não há outro país na europa que tenha um desempenho como este.