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Cocriação. Esta é a expressão em que as empresas estão atualmente a apostar, percebendo, desde logo, que se trata de uma metodologia ganhadora e que permite resultados mais rápidos. Porquê? Porque como bem sabemos, quando unimos esforços, podemos chegar mais longe e mais rápido. A velha lógica do 2+2=5.
É isso que as empresas também sentem quando começam a perceber quais os resultados que conseguem obter quando fazem parcerias. E isto acontece tanto com um gigante tecnológico, muito alicerçado em inovação, como com uma PME de serviços ou mesmo com uma ONG.
Todos ganham dinamismo e mais força no mercado. As parcerias e o trabalho em rede são, por isso, o ponto crítico para a transformação digital. Com elas, criamos conhecimento mais integrado e sustentado e descobrimos soluções para a transformação de processos e de modelos de negócio sendo que a principal alavanca de inovação nas empresas é, claro está, o seu capital humano.
Várias entidades têm vindo a apostar nesta estratégia de união, a cocriação, pela via da digitalização, criando vários produtos e projetos.
A nível da nossa empresa podemos dar vários exemplos. No setor agroindustrial temos feito um forte investimento na nossa capacitação e no desenvolvimento de soluções digitais que têm permitido acelerar a transformação digital nesta área que nem era, à partida, um dos principais sectores do nosso negócio.
Atuamos em toda a cadeia de valor do setor primário, com o objetivo de aumentar a competitividade, a sustentabilidade e a produtividade dos sistemas agroindustriais, através do desenvolvimento de soluções digitais específicas. Resultado: conseguimos aumentar a eficiência do processo, melhorar a gestão através do apoio à decisão e contribuir para a sustentabilidade do negócio, permitindo que várias empresas dessem um salto qualitativo e melhor competissem nos mercados internacionais.
Também estamos a inovar ao nível das PME, já que são o motor da economia nacional e têm demonstrado capacidade de se adaptarem aos diferentes cenários, impulsionando as exportações, ajustando-se a novos desafios, como são exemplo os avanços no comércio digital e nos processos de integração de sistemas da Indústria 4.0.
Lançámos, recentemente, o Programa PME Digital. Em específico, este projeto pretende que as várias PME portuguesas dos setores automóvel e dos materiais, ou os produtores de matérias-primas e comércio possam desenvolver e aplicar mudanças disruptivas que as tornem mais competitivas e formatem novos modelos de negócio.
O principal objetivo é o de acelerar a adoção da indústria 4.0. pelo tecido empresarial português, reconhecendo que esta será determinante para a competitividade do país. Para isso, queremos capacitar, dotar de informação e incrementar as competências empresariais das PME para a adoção de medidas, tecnologias e ferramentas i4.0, incentivando a aceleração da economia portuguesa para uma economia digital.
Sabendo que esta é uma componente importante, criámos também, no tal modelo de cocriação, a plataforma “HUB Acelerador Digital”, um aglutinador de informação, de boas práticas e de projetos I&D para promover o apoio às PME no âmbito da digitalização. Esta plataforma vai facilitar a interação entre as empresas e o sistema científico e tecnológico, tendo em vista a troca de experiências e conhecimento e a promoção de práticas de cooperação.
Quem sabe não possamos replicar a ideia do processo de criação “Empresa na Hora” ao sistema de transformação digital das pequenas e médias empresas, lançando-se o “Balcão Único para a transformação digital”.
Aliando cultura de inovação, digitalização e cocriação, sabemos que as empresas se renovam, crescem e tornam também o país mais competitivo. Se o fizerem através de parcerias e da cocriação podem fazê-lo de um modo ainda mais rápido e eficaz.
Pedro Matias & Carla Guedes
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