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Em Portugal, comer à mesa sempre foi mais do que um ato de alimentação — é um momento de encontro e partilha que atravessa gerações. No entanto, as rotinas aceleradas e a presença constante de ecrãs estão a mudar a forma como os portugueses vivem este ritual.
O estudo “Convivialidade à Mesa”, realizado pela Pitagórica para a Associação Portuguesa de Nutrição (APN) e o Continente, acaba de revelar que 64% dos portugueses gostariam de fazer mais refeições em família, mostrando que o valor emocional da mesa continua presente, mesmo que nem sempre se concretize no dia a dia.
Segundo o estudo, 67% dos inquiridos almoçam habitualmente em casa, um hábito que cresce com a idade e é mais frequente no Norte do país, enquanto 85% jantam em casa, sendo esta a refeição mais partilhada. Ainda assim, 45% dizem almoçar sozinhos e um em cada três janta mais vezes sozinho do que acompanhado.
Apesar disso, 80% reconhecem que as refeições são momentos importantes de diálogo e convívio, e 67% afirmam que comem melhor quando estão acompanhados. A vontade de recuperar esses momentos é ainda mais evidente entre famílias com filhos, reforçando o papel das refeições como espaço de ligação emocional.
Além disso, a tecnologia tornou-se um novo “convidado” nas refeições. De acordo com o estudo, cerca de metade dos inquiridos vê televisão durante o jantar, e 44% utiliza telemóveis ou tablets à mesa — percentagem que sobe para 70% entre os 18 e os 34 anos. Além disso, mais de metade almoça em menos de 30 minutos, o que ilustra como o tempo à mesa se tem encurtado.
Ainda assim, há sinais encorajadores. O estudo indica que, em comparação com o ano anterior, aumentaram as refeições feitas com quem se vive e diminuiu o uso de ecrãs durante as refeições. Para a Associação Portuguesa de Nutrição, esta tendência “pode indicar uma vontade crescente de recuperar o tempo partilhado à mesa”.
Por outro lado, há mais 9% de pessoas a afirmar que almoçaram ou jantaram menos com amigos e família alargada do que em 2024 — um dado que reflete o impacto do ritmo de vida moderno nas relações sociais.
Durante o Natal, a tradição de reunir várias gerações à mesa continua forte. Mais de 70% dos inquiridos passam a consoada e o dia 25 com a família próxima, mantendo viva a ideia da mesa como espaço de união. Ainda assim, 1 em cada 15 pessoas afirma que passará a consoada sozinha, um número que também lança um olhar sobre o isolamento crescente de alguns grupos.
No balanço geral, 74% consideram importante fazer refeições em família e 73% acreditam que são o principal momento de encontro familiar. Como recorda a APN no comunicado, “a forma como se come tem quase tanto impacto na saúde como aquilo que se come”.
Os resultados deste estudo serviram de inspiração para a nova campanha multimeios de Natal do Continente – ‘À mesa com Todos’. De acordo com o comunicado da marca, a campanha estará presente em televisão, rádio, digital, exterior, lojas e folheto, a partir de 16 de novembro, e adota “um tom emocional e próximo, convidando os consumidores a transformar cada refeição num momento de partilha genuína”.
Segundo a marca, num quotidiano marcado pela correria e pelos horários exigentes, a campanha reforça o compromisso em facilitar a organização das rotinas e promover o reencontro à mesa, valorizando não apenas a alimentação equilibrada, mas também os momentos de convívio familiar: “Porque, se a vida passa a comer, que seja como no Natal: à mesa, com todos”.
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