Escolhas – Definitivas ou ferramentas?

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A opinião de Sílvia Nunes
Escolhas – definitivas ou ferramentas?
11 de Setembro de 2023
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Escolhas – definitivas ou ferramentas?
Sílvia Nunes
Senior Director Michael Page | Founder Profiler Podcast
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Gosto muito de escrever, mas gosto sobretudo de colocar no papel temas com que, por uma razão ou por outra, me vou deparando no meu dia-a-dia.


Nas últimas semanas fui “obrigada” a refletir sobre as nossas escolhas desde sempre. Será que somos chamados a tomar decisões importantes, que influenciam todo o nosso futuro, em fase prematura? Terão os pais e familiares ou amigos um nível de influência que efetivamente ajuda, ou que, mesmo de forma inconsciente, condiciona?

 

Reflito, voltando atrás no tempo. Sempre fui a típica boa aluna, que cedo soube o que queria, que, absorvendo as influências dos homens da família, seguiu gestão, fazendo todo o seu percurso académico muito “direitinho”, como normalmente o apelidamos. Não me senti nunca indecisa, e, o meu entorno estava alinhado com as minhas motivações. Seguir algo que me levasse ao grande mundo das empresas foi sempre o que tive para mim, desde pequena! Vários foram os verões em que ajudei o meu pai, nas férias da sua secretária, e o que eu vibrava de emoção no mundo dos papéis, a sentir-me uma verdadeira menina de negócios!

 

Quando chegou a vez da minha irmã, o tema foi menos linear. Imaginem o gelo na sala quando a mesma verbalizou que queria seguir desporto. “Como assim, se a tua irmã está a terminar gestão? O que será da tua vida se fores estudar desporto?” – note-se que decorria o ano 1999, onde as escolhas “normais” eram ainda bastante tradicionais.  Esta análise prematura, mas baseada no amor e no facto de todos os pais quererem o melhor para os seus filhos, pesou, naturalmente, na reflexão necessária a fazer, mas melhor do que tudo, não condicionou a escolha. Desporto foi a escolha, e ainda hoje a realização profissional é inequívoca.

 

Uma amiga, partilhou comigo a inquietude de um dos seus filhos. Atualmente com 16 anos, a transitar para o 11º ano, continua sem qualquer clareza sobre que área eleger. Continua a tentar descobrir os seus interesses, e quanto mais se aproxima o momento de escolher o seu percurso académico, mais ansiedade é gerada no seio familiar.


Escolher o que vamos estudar continua a ter muito peso sobre o “resto” das nossas carreiras. A questão que se coloca é porquê. Será que temos que ficar limitados à decisão que tomamos aos 18 anos? Terá um médico que exercer sempre medicina, ou poderá, por exemplo, gerir uma empresa? Terá um licenciado em direito que ser jurista ou advogado, ou poderá ser professor ou poderá, consultor? Um engenheiro químico terá que exercer uma função ligada à área da construção ou trabalhar em fusões e aquisições?


A minha sincera opinião é apenas esta: a nossa licenciatura e/ou mestrado traduz-se hoje em dia num conjunto de ferramentas que adquirimos, num conjunto de competências transferíveis e valores que vamos trabalhar e que, posteriormente podemos colocar ao dispor de qualquer que seja a função que vamos exercer. Do meu ponto de vista muito pessoal há uma nota que não posso deixar de frisar: independentemente do que quer que possamos vir fazer do ponto de vista profissional, há que ter brio, orgulho e motivação para o fazermos da forma mais competente possível.

 

Conheço famílias onde, uma vez mais com a melhor intenção do mundo, as escolhas foram condicionadas: - “Design não, diziam, pelo menos faz arquitetura”. Sabem como normalmente terminam as escolhas extremamente condicionadas? Em estudar algo com o qual não nos identificamos e em exercer uma profissão que nada tem a ver com a área de interesse e/ou o que fomos estudar, ou seja, uma decisão duplamente equivocada.

 

Acredito cada vez mais que o segredo está em experimentar. Mais do que saber o que queremos fazer profissionalmente, há que saber e ter muita consciência sobre o que não queremos de todo. Desta forma, deixamos em aberto um conjunto bastante mais alargado de opções e dessa forma, quem sabe, descobrimos aquilo que efetivamente nos realiza.


Quando nas organizações pensamos e debatemos acerca estratégias de redução de rotatividade, de atração e engagement do nosso talento, temos em considerações inúmeros pontos importantes. Temas críticos como valores e missão, planos de carreira, diversidade e inclusão são pontos inequívocos das agendas das organizações, mas em última instância não queremos todos contratar perfis repletos de motivação para a função específica que vêm exercer? Será que parte da elevada rotatividade que assistimos nas organizações não poderá diminuir também por contratarmos pessoas que foram atrás dos seus sonhos, viveram, experimentar e hoje sabem que aquilo que estão a aceitar profissionalmente é o que querem mesmo fazer?

 

Não deveremos dizer mais facilmente “sim” a um estudante que tenha a oportunidade de estagiar em diferentes organizações, distintas funções e ambientes de trabalho e que, no início de carreira dedique os seus primeiros anos a experimentar, a vivenciar e a sentir o que realmente o motiva?


Não tenho as respostas certas para todas estas questões que coloco, mas tenho imensa vontade de pedir que todos possamos dar mais oportunidades aos que decidem experimentar, que não são por natureza uns “saltitões”. São apenas profissionais que querem perceber o que de facto os realiza, e naturalmente, faz com que queiram ficar! 

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