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Olhar - e usar - para o
nosso melhor
Este texto podia começar
assim em jeito de fábula ou como anedota “Uma grega, um português e uma
portuguesa entram num bar…”. Em qualquer dos formatos a moral da coisa é a
mesma. Por isso deixo os caros leitores popularem as linhas abaixo como bem
desejarem.
Desde que me mudei para
Londres há já quase 8 anos que, obviamente, vejo Portugal com outros olhos. Sou
muito crítico das coisas que acho que são de um provincianismo fofinho mas
pouco eficiente e – no que toca à nossa área – à falta de atenção em muitos
detalhes que se contam nas nossas histórias publicitárias. Mas também sou o
primeiro bastião da Portugalidade na capital inglesa. Acho que não deve passar
dia em que não exalte o que de melhor temos no nosso cantinho europeu. Bom, mas
vamos ao tema desta exposição.
Tenho a sorte de ter como
parceira de vida uma grega. Nos últimos 4 anos tenho, obviamente, aprendido
muito sobre a cultura, a língua, as tradições e o modo de vida dos gregos. Para
minha surpresa, são muito mais parecidos a nós lusitanos, em todos os seus
costumes e dinâmicas familiares e sociais, do que italianos, franceses e mesmo
espanhóis. Quando se pensa que não São latinos nem sequer católicos-romanos,
isto constitui de facto algo inusitado.
Como referi acima, tento
sempre ser um campeão do nosso país e, claro, tenho dado a conhecer tudo o que
posso e lembro sobre Portugal à Vera (nome tão pouco grego hein?). Desde
pastéis de nata, às nossas praias, comidas, filmes e histórias além-fronteiras
do nosso tempo colonial (com tudo de bom e mau que teve), ela já quase que
podia ser uma cidadã portuguesa de pleno direito. Até já fala a nossa língua!
Melhor do que eu grego.
Claro está que, quando
chega à música, também leva com aquilo que acho que Portugal tem ou teve nos
últimos 75 anos. E este é um pequeno resumo: acha piada aos Xutos, é indiferente
aos Delfins, adora Madredeus (ao que parece são famosíssimos na Grécia), não
gosta muito de Sérgio Godinho, curte de António Variações, detesta Moonspell,
entre muitos outros. Deixei os nomes do título para fim: acha a voz da Amália
algo do outro mundo (apesar de não conseguir ouvir mais de meia-hora, pois diz
‘que a deixa muito em baixo. Vocês portugueses sofrem muito’. E, não pode com
Rui Veloso. Aqui fiquei ofendido, devo admitir. “Como assim não gostas do Pai
do Rock Português?”. Tentei de tudo; as melhores baladas, as melhores
rockalhadas, algumas bluesadas. Nada funcionou. Não entrou. Ok. Não tem mal.
Não chega para nos separarmos.
Acima
de tudo, estar longe e ter uma namorada estrangeira fez-me valorizar aquilo que
faz de nós, nós. Aquilo que temos de tão único. Aquilo que encanta os de fora.
E esta para mim tem sido não só uma grande lição de vida, como um relembrar dos
fundamentos da comunicação criativa publicitária. Um dos meus 5 pilares de como procurar por ideias fantásticas: olhemos mais para as nossas marcas, a equidade
e o mundo construído ao longo dos anos pela comunicação dos clientes. É rico, é
vasto, está cheio de oportunidades para ser revisitado, expandido, recontado.
Desde jingles, ao logo, às cores, a embaixadores, textos, taglines, etc, tudo o
que pertence ao mundo da marca ou produto que estamos a trabalhar pode e deve
ser utilizado. Sejamos mais ‘ad nerds’ como o Anselmo Ramos sempre diz.
Estudiosos da publicidade. Cromos da cena. Só nos faz bem.
Querem um exemplo de algo
que a Budweiser fez com o seu logo? Vejam este case-study e até ao próximo
trimestre.
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