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As
videochamadas são hoje uma realidade para a maioria da população. Na verdade, é
isso que tem permitido que alguns de nós continuem a trabalhar e que
mantenhamos contacto com os que mais gostamos. Mas porque é que nos sentimos
tão cansados após as videochamadas?
Foi
esta questão levantada pela BBC que recorreu a dois professores universitários
para explicar as diferenças no contacto virtual ou pessoal. Gianpiero
Petriglieri e Marissa Shuffler referem que estar numa videochamada implica mais
foco e atenção da nossa parte do que numa conversa cara a cara. Isto porque
muitas vezes a ligação não é a melhor, o som e a imagem ficam destorcidos e
temos, por exemplo em reuniões de equipa, muitas caras a olhar para nós.
Os
especialistas explicam que além de estarmos a olhar para um ecrã, o que por si
só já cansa o olhar e a mente, temos mais dificuldade em entender as expressões
faciais não verbais, o tom de voz e a linguagem corporal de quem está do outro
lado.
“As
nossas mentes estão em sintonia enquanto o nosso corpo não. Essa dissonância,
que leva as pessoas a terem sentimentos conflituantes, é desgastante. Não
conseguimos relaxar na conversa de forma natural”, explica Petriglieri.
O
silêncio é outro desafio. Cria um ritmo natural numa conversa na vida real mas
através de um ecrã pode ser um momento desconfortável ou causar ansiedade. Por
exemplo, um estudo de 2014 realizado na Alemanha demonstrou que os atrasos nos
sistemas de telefone ou conferência moldaram de forma negativa a nossa visão
sobre as pessoas: um atraso de 1,2 segundos fez com que a pessoa parecesse
menos amigável ou focada.
Outra
dificuldade, segundo Suffler, é que “estamos fisicamente perante câmaras e
portanto muito conscientes de que estamos a ser observados”. “Quando estamos
numa videochamada, sabemos à partida que toda a gente está a olhar para nós, é
como se estivéssemos no palco, e aí surge a tal pressão social – o que pode ser
muito stressante”.
Para
além disso, estas videochamadas lembram-nos constantemente de que perdemos de forma
temporária o contacto com determinadas pessoas e relembra-nos a vida anterior à
Covid-19. Pior do que isso é que os diferentes aspetos da nossa vida estavam
separados por diferentes ambientes. Agora temos tudo no mesmo espaço: trabalho,
família, amigos.
Os
especialistas alertam para a necessidade de limitar as chamadas de vídeo. Já
ligar a câmara do computador deveria ser algo opcional e, no geral, deve haver
uma maior compreensão de que as câmaras nem sempre precisam estar ativas ao
longo de cada reunião. Colocar o ecrã um pouco mais para o lado em vez de estar
em linha com a nossa face também pode ajudar na concentração, sobretudo em
reuniões de grupo.
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