Dois F16 para um avião

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A opinião de Susana Albuquerque
Dois F16 para um avião
23 de Novembro de 2018
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Dois F16 para um avião
Susana Albuquerque
Diretora Criativa Uzina Lisboa

No dia 11 de Novembro, eram duas e meia da tarde quando um Embraer da Air Astana tentava, sem sucesso, fazer-se à pista do aeroporto da Portela. Depois de dar muitas voltas sobre Lisboa, o avião, sem instrumentos, aterrou finalmente em Beja. O episódio da Air Astana fez as notícias do dia, felizmente por bons motivos. O leitor deve lembrar-se da história. A tripulação chegou a ponderar fazer uma amaragem no Tejo com poucas possibilidades de sucesso. Sozinhos, não viam outra possibilidade. Mas graças à ajuda de dois F16 da Força Aérea Portuguesa, que o escoltaram até Beja, o avião do Cazaquistão conseguiu aterrar quase sem incidentes.

Enquanto o Embraer pedia ajuda para aterrar, eu estava num avião da TAP que dava voltas no céu de Lisboa à espera de autorização para começar a sua descida. Nesse mesmo dia, a essa mesma hora, eu vinha de Barcelona, onde os diferentes Clubes de Criativos da Europa se juntam no Festival ADC/E, que celebra a criatividade europeia no design e na publicidade.

No Festival, Portugal saiu bem na fotografia: das 40 inscrições que fizemos, trouxemos 3 pratas.

Uma para a Partners com o Festival Lisb-on:

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Outra para a Burokratic com o site Couro Azul - https://www.couroazul.pt

E outra para This is Pacifica com os posters para a Sonae Industria:

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Além disso trouxemos 8 nomeações, para a Partners, Fuel, Burokratic, Y&R, Publicis e Leo Burnett, o que é um bom resultado, em comparação com outros países.

Mas quem foi até Barcelona, e éramos muitos portugueses ali, viveu muito mais do que uma distribuição de prémios entre pares. Em Barcelona, Portugal viveu um sincero ambiente de partilha e sentido de comunidade.

Houve inspiração. Desde o ano passado, e graças às boas escolhas de Kris Hoet da Happiness FCB Brussels, o dia das conferências no ADC/E é imperdível. Este ano houve W&K Londres a contrariar o bullshit tecnológico, a Forsman and Bodenfors a falar das diferenças entre o neanderthal que compete e o sapiens que colabora, e um director criativo sul africano que ultrapassou um cancro com a ajuda da criatividade.

Mas houve mais. Houve muitos portugueses a falar sobre o que é preciso fazer para o nosso trabalho ser mais reconhecido fora de portas. Houve muitos miúdos portugueses. A Patricia Cordeiro da Big Fish e o Claudio Soares da JWT, que nos representaram no Greatness Challenge e que chegaram a Barcelona com uma campanha de crowdfunding criada por eles e suportada pelos clientes das suas agências. E o Sebastian de la Guardia, a Carolina Caldeira, a Ana Paiva e a Maria Inês Silva, os nossos High Potentials que foram seleccionados para enfrentar o auditório do museu do design de Barcelona e defender o seu trabalho perante uma plateia de 20 países.

Também houve conversa e copos entre todos: novos e velhos, publicitários, designers e estrategas, jurados e estudantes, a falar sobre tudo e sobre nada, mas sobretudo sobre ideias e critério.

Houve alguns “se quiseres sair de onde estás, fala comigo” e houve “era bom levar esta conferência a Lisboa”. Houve gente a sacar do telemóvel para mostrar os seus projectos e perguntar a opinião sincera dos colegas de profissão que ali estavam. Houve a antiga direcção e a nova direcção do CCP, juntos a falar sobre como fazer o que está por fazer.

Houve reuniões de trabalho, trocas de cartões pessoais (ainda existem!) e muitas gargalhadas. Houve noites mal dormidas e dias em que se aprendeu muito. Houve, algumas vezes, a sensação de que Portugal é enorme, nem que seja nesse espírito que vivemos quando estamos juntos e no potencial que sabemos que temos.

Nestes dias em Barcelona, houve muito mais do que uma distribuição de ouros e pratas, houve muita gente, e sobretudo muitos portugueses, disponíveis para trabalhar juntos.

Por isso, o regresso atribulado desta viagem teve algo de simbólico. Cheguei com a sensação de que queremos voar alto, e se for preciso aterrar de emergência, há sinais que indicam que há uma força aérea portuguesa da criatividade disponível para ajudar.

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