Desaprender e voltar a aprender! Preparados?

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A opinião de Sílvia Nunes
Desaprender e voltar a aprender! Preparados?
4 de Dezembro de 2025
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Desaprender e voltar a aprender! Preparados?
Sílvia Nunes
Senior Director Michael Page | Founder Profiler Podcast
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Vivemos numa era em que uma das competências mais valorizadas pode não ser acumular conhecimento, mas sim saber desaprender e reaprender. O que nos trouxe até aqui pode não nos levar mais longe. Modelos mentais, processos, certezas que pareciam sólidas — tudo isso pode tornar-se obsoleto muito mais rapidamente do que imaginamos. Nesse sentido, eis a questão que se coloca: estamos preparados para “deixar” o que sabemos e reconstruir a nossa forma de pensar?

 

Nos próximos cinco anos, estima-se que cerca de 70% das competências exigidas nos empregos atuais vão mudar. Este não é um número que possamos ignorar, uma vez que aquilo que hoje nos torna relevantes pode rapidamente deixar de o ser. Como nos preparamos para esta possível realidade? Optamos por continuar a acumular cursos para manter um currículo robusto ou apostamos em viver mais experiências que desafiem a forma como tomamos decisões? Quando foi a última vez que transformámos uma descoberta em ações concretas? Mais do que ter respostas a estas questões, provavelmente teremos de ter coragem para assumir que o nosso maior ativo não é o que sabemos, mas sim a nossa capacidade de desaprender, reaprender e, sobretudo, olhar o futuro sob outras perspetivas e pressupostos.

 

A tecnologia, tão presente no nosso dia a dia e tópico constante de tantas conversas, é naturalmente um dos grandes motores desta mudança e uma das áreas por onde passa o futuro das competências. A inteligência artificial já não é uma tendência, é uma realidade. O tema é que, saber utilizar uma ferramenta já não é suficiente. A verdadeira competência reside agora na capacidade de integrar tecnologia na estratégia, antecipar e compreender riscos éticos e explicar as escolhas com transparência. A tecnologia aumenta a eficiência, ganhamos tempo, mas não podemos perder voz. Hoje, para além de dominar a técnica, é preciso dominar a narrativa que sustente a confiança.

 

O pensamento crítico é outra competência que deixa de ser opcional. Com ambientes profissionais cada vez mais complexos, digitais e interdependentes, as organizações enfrentam desafios que não têm soluções pré-definidas. Neste cenário, não basta executar tarefas ou seguir processos, é necessário analisar, questionar e interpretar para criar soluções inovadoras e sustentáveis. O diferencial humano está, assim, na capacidade de pensar de forma independente, avaliar riscos e antecipar consequências. O pensamento crítico, presente na nossa “wallet” de competências, permite-nos lidar com ambiguidade, identificar vieses, distinguir informação fiável de ruído e tomar decisões fundamentadas, mesmo sob pressão. É uma competência transversal, aplicável em qualquer setor, e será cada vez mais valorizada. É a garantia de que, mesmo num mundo dominado por dados e algoritmos, continuamos a pensar de forma independente, responsável e estratégica. Permite-nos equilibrar velocidade e profundidade na tomada de decisão, evitando soluções simplistas para problemas complexos.

 

Também a capacidade de adaptação e a aprendizagem contínua são, mais do que nunca, palavras bonitas em relatórios. Se amanhã o nosso papel mudar — e vai mudar — será que temos um plano de requalificação de competências independente das nossas organizações? A adaptabilidade permite lidar com ambientes incertos e voláteis, ajustando estratégias e comportamentos sempre que surgem novas circunstâncias. Profissionais adaptáveis não resistem à mudança, vêem nela uma oportunidade para evoluir. Por outro lado, a aprendizagem contínua garante que as pessoas se mantêm relevantes, atualizadas e capazes de integrar novas tecnologias, metodologias e formas de trabalhar no seu quotidiano. Esta competência está diretamente ligada à curiosidade, à abertura para novas ideias e à capacidade de transformar erros em aprendizagem. No futuro do trabalho, estas serão, inequivocamente, duas competências indispensáveis, na medida em que, já assistimos hoje em dia, a uma valorização dos profissionais que não só dominem competências técnicas, mas que tenham flexibilidade mental e disposição para a aprendizagem contínua.

 

Também a colaboração, ainda que em ambientes altamente competitivos, não é a que enche agendas, é a que resolve problemas reais. Colaborar de forma pragmática, orientada para impacto e não para aparência, permite criar espaços onde as pessoas agem para gerar valor e não apenas para cumprir formalidades. Aqui existirão, seguramente, vantagens competitivas claras. A cultura responde sempre antes da estratégia, pois define a forma como as pessoas pensam, decidem e agem no dia a dia. Este “sistema operativo” invisível, que orienta comportamentos, que valoriza confiança, aprendizagem e colaboração genuína, será mais determinante do que qualquer plano estratégico.

 

Podemos falar de competências do futuro, mas a verdade é que o futuro não é um lugar distante — é construído pelas decisões que tomamos hoje. Provavelmente, se até agora não aconteceu, chegou mesmo o momento de sair do modo “piloto automático” e assumir o comando: aprender algo novo e desafiar o conforto, construir relações que ampliem a nossa visão. Experimentar soluções que antecipam tendências, em vez de repetir fórmulas antigas, é ter consciência de que o futuro não espera por quem hesita; recompensa quem age com coragem, curiosidade e propósito.

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