Confinamento a granel

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A opinião de Bruno Batista
Confinamento a granel
28 de Janeiro de 2021
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Bruno Batista
CEO da GCI

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Agora que voltámos a ficar em confinamento, dei por mim a reparar na quantidade de sacos de plástico que ainda tenho em casa. São muitos. E, basta uma ida às compras, ao supermercado, para trazer mais plástico para casa.


Aliás, basta arrumar as compras e o compartimento amarelo do ecoponto fica cheio de plástico a quem não consigo dar “uma segunda vida”. Por exemplo, quem nunca comprou brócolos ou couve avulsos, mas que estão envoltos em plástico? E porque estão, por exemplo, as embalagens de leite ou de sumo envoltas em plástico se o caminho entre a produção e a distribuição é feito com recurso a paletes que, por sua vez, são acondicionadas com plástico?


As campanhas de sensibilização para o excesso de consumo de plástico são muitas e os supermercados já começaram o caminho para abolir o plástico, também dos produtos frescos. Mas, acredito que é necessário muito mais e que talvez não fosse descabido ressuscitar de forma generalizada uma prática que era uso comum antes da entrada de Portugal na CEE: a venda a granel de bens alimentares.  


Cresci fora de Lisboa e recordo-me que as compras de bens alimentares eram feitas na mercearia e não no supermercado, que era habitual os produtos estarem à venda a granel ou avulso. Os rebuçados, por exemplo, eram comprados à unidade e não em embalagens, as especiarias eram vendidas às gramas e não em embalagens previamente seladas. O açúcar estava dentro de saca de papel com vários quilos e era vendido de acordo com a necessidade do freguês, o mesmo para o café. O plástico era como que um luxo e por isso tudo era transportado em sacos de papel ou em recipientes feitos a partir de papel pardo – uma espécie de cones que eram apelidados de cartuxos. Por sua vez, as compras eram transportadas para casa em sacos de panos ou na tradicional cesta de verga alentejana.


É certo que tudo isto foi há muitos anos, que hoje não é compatível sair-se de casa de manhã com uma cesta para ir às compras ao final do dia. Mas a pergunta deve ser feita: como podemos contribuir para deixar um mundo mais verde às gerações futuras, como podemos abrandar o consumo de sacos plásticos, que estão a sufocar os oceanos?


Não me cabe dissertar sobre o tema, pois não sou especialista, mas o facto de trabalhar com uma equipa especialista no tema traz-me frequentemente à memória a venda de produtos a granel, que para além de levar à poupança do uso de plástico permitia poupanças ao nível do valor de aquisição desse bem. Quantas vezes não compramos um produto que se acaba por estragar porque não o conseguimos consumir dentro do prazo de validade? E, este ponto traz-nos outro tema a juntar à temática do plástico: o desperdício alimentar.


É por todo o exposto que acredito ser urgente uma maior aposta por parte do retalho alimentar nas vendas a granel para além dos produtos biológicos, e na possibilidade de cada um levar o saco ou caixa/frasco para transportar os seus produtos entre o local da compra e a casa. Mas, não é só o retalho quem tem de continuar a fazer algo. É urgente que este trabalho seja feito por todos os setores de atividades, pois só através de soluções inovadoras e multistakeholders será possível construir marcas-símbolo de mudança positiva. Uma mudança que o Grupo GCI quer ajudar a fazer estando ao lado das empresas numa verdadeira alavanca de inspiração, de mudança e de transformação.

 

Afinal, quem nunca se deliciou ao entrar numa das lojas que na baixa lisboeta vende café ao quilo e que permite ao cliente fazer no momento o seu lote de café personalizado?


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