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“Como será daqui para a frente? Vamos regressar ao modelo que conhecíamos? Estarão as organizações preparadas para assegurar o distanciamento necessário? O teletrabalho é uma alternativa viável? Serão os modelos híbridos os que prevalecerão? E como é que as pessoas estão a lidar com esta mudança de paradigma?”. 

Estas foram algumas das questões introdutórias lançadas por Cristina Amaro, Fundadora e Presidente da Empower Brands Community, no evento digital que procurou trazer alguma compreensão sobre os temas que surgem com o eventual regresso às empresas e ao chamado “novo normal”. A conferência contou com a participação de embaixadores da comunidade espalhados pelo mundo e com a intervenção de dois Keynote Speakers.

Minnie Fredenthal, médica internista, especializada em nutrição, mindfulness e neurociência, começou por abordar o impacto dos novos modelos na saúde mental das pessoas e as estratégias que devem ser seguidas para gerir com sucesso os tempos tão desafiantes que vivemos: “A pergunta é: como é que nós nos podemos relacionar com esta complexidade a todos os níveis da nossa sociedade? A verdade é que nós temos de tornar a complexidade num aliado. Aquilo que eu vos vou propor é encontrarem tempo para fazer uma reflexão. Muitas vezes a nossa mente está a preocupar-se em vez de pararmos e estabelecermos tempo para soluções”, sugeriu a especialista. 

Mas se a visão de uma médica é fundamental porque a saúde é a nossa maior riqueza, também não podemos descurar a saúde financeira das empresas. É preciso perceber como elas se podem adaptar ao atual contexto. 

José Reis, Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, partilhou a sua visão pragmática acerca do mercado laboral, lançando cinco questões “incómodas” sobre o trabalho em Portugal, entre elas uma relacionada concretamente com o trabalho remoto: “Porque é que falamos tanto de teletrabalho se mais de 70% dos trabalhadores portugueses e mais de 80% dos trabalhadores da indústria não estiveram sequer um dia em teletrabalho? Por que razão falamos tanto disso e não falamos dos que não estiveram em teletrabalho? Uma resposta possível é porque nós descuramos a dimensão produtiva da economia nacional”, realçou o professor. 

Como podemos avançar e que modelos já se estão a revelar eficazes? E que boas práticas nos chegam de mercados e empresas que estão a adotar novas formas de trabalho? A jornalista Maria José Martins e Cristina Amaro moderaram o debate que se seguiu com alguns dos embaixadores da Empower Brands Community, que trouxeram a sua visão a partir da Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão, Moçambique e Portugal. 

Artur Martins, CBO e CXO da Kia Corporation, David Lopes, Presidente da AEON Topvalu Co., Fernando Oliveira, Presidente do conselho de administração da Sumol+Compal Moçambique SA; Tim Vieira, CEO da Brave Generation Academy e investidor, e Nuno Teles, Presidente da Diageo Beer Company USA, falaram sobre os desafios que os gestores e líderes de empresas enfrentam neste momento, nomeadamente a adaptação a um novo paradigma de liderança (em que o espírito de controle deverá dar lugar à confiança e à liberdade dos colaboradores) e a uma nova forma de trabalhar, em que se tem de aproveitar as vantagens proporcionadas pelos desenvolvimentos tecnológicos, nunca descurando a importância do contato humano, de forma a manter equipas mais felizes, mais focadas e mais produtivas.

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