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Com muita
cautela e respeitando as medidas de segurança necessárias, as empresas começam agora
a retomar a sua atividade. Localizada numa região particularmente afetada pelo
surto, a Castelbel está a voltar a produzir os seus artigos perfumados e um dos
focos estratégicos é a conquista dos mercados asiáticos.
Depois de um período em que foi obrigada a adotar o regime
de layoff simplificado, a empresa, que se dedica ao fabrico e comercialização
de sabonetes e outros produtos perfumados, já conta com vários colaboradores nas
linhas de produção da fábrica situada na Maia. A companhia procura regressar,
assim, à normalidade, ainda que esteja consciente de que a realidade será
inevitavelmente diferente daquela que vivia antes da era Covid-19.
“Nos primeiros tempos aderimos ao regime de layoff e
passámos 15 dias a fazer donativos, que era aquilo que podíamos fazer efetivamente.
Oferecemos cremes, loções, géis de banho e sabonetes a unidades de saúde. (…) Estamos
a regressar de uma forma muito controlada, muito planeada. Na zona de embalamento,
em que nós temos habitualmente mais de 100 pessoas, neste momento estamos com
16. Portanto, dá bem para ver a proporção. Fazemo-lo porque precisamos de
garantir distâncias e de assegurar a integridade física das pessoas que trabalham
aqui”, refere Marta Araújo, CEO da Castelbel, em entrevista ao Imagens de
Marca.
Com uma veia claramente exportadora - 75% da faturação
global é proveniente dos cerca de 60 países onde está presente – e com os
canais de distribuição internacionais praticamente parados, a empresa teve de
deixar cair 90% do seu negócio - as vendas para retalho -, virando-se para o
mercado interno e para a loja online.
“Tivemos de readaptar um bocadinho o próprio negócio. O portefólio
é o mesmo, mas a abordagem e a comunicação mudaram. Estamos a falar de uma
altura em que o que interessam são as necessidades básicas e as necessidades de
higienização, mais do que o luxo. Então tivemos também de nos adaptar também a
isso. Mudámos o nosso próprio discurso. Aquele
artigo que era para a casa passa a ser uma forma de fazer alguém feliz durante
o tempo em que está fechado em casa, ou seja, é uma questão de mudança de visão
das coisas. Nós deixámos naturalmente de vender muitos dos produtos que temos,
mas passámos a vender outros que não vendíamos antes, e, portanto, há aqui
alguma certa correção”, explica a responsável.
As vendas acabaram por ser impulsionadas pelo lançamento de
uma edição exclusiva – a Castelbel Iniciais -, uma coleção de sabonetes
perfumados com letras, que saiu precisamente durante o período de confinamento,
e que os consumidores encararam como sendo um produto interessante para
oferecer e entregar diretamente na casa do destinatário nesta altura de
quarentena.
O futuro está recheado de incertezas, mas há que encará-lo de
frente. A reabertura das lojas físicas decorre já este fim de semana e em termos
de apostas um dos grandes focos estratégicos são os mercados do Oriente.
“Antes
disto tudo começar tínhamos planeado uma aposta mais forte na Ásia. Curiosamente,
e apesar de todo o prolema ter começado na Ásia, precisamente porque lá a crise
começou mais cedo, eles estão também a recuperar mais cedo. Por isso, estamos a
manter um bocadinho o foco nos mercados asiáticos. Vai haver um problema no
sentido oposto, nos Estados Unidos, que são um mercado muito importante para
nós e que vão demorar mais algum tempo a recuperar. Relativamente a produto, mais
do que deixar cair tipologias ou criar grandes novas tipologias, o que nós
estamos a fazer é reajustar o enfoque de determinadas que já temos dentro do
nosso portefólio”, afirma Marta Araújo, revelando que a empresa está já a
trabalhar numa fórmula de produto para a desinfeção das mãos fora de casa, como
resposta aos inúmeros pedidos dos clientes.
Assista a toda a entrevista à CEO da Castelbel no vídeo
acima.
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