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Acelerar. Esta é a palavra de ordem quando se fala de descarbonização em Portugal. O país, através do Roteiro para a Neutralidade Carbónica, pretende reduzir as emissões de gases com efeito de estufa entre 85% e 90% até 2050, face a 2005, e compensar as restantes emissões “através do sumidouro proporcionado pelo uso do solo e florestas. A trajetória para a neutralidade permite antecipar reduções de emissões de gases com efeitos de estufa entre -45% e -55% em 2030 e entre -65% e -75% em 2040, em relação a 2005”.
Tais objetivos estão descritos num documento publicado pelo Governo em junho de 2019 e surgiram num contexto de compromissos a cumprir no âmbito do Acordo de Paris sobre o Clima. Quando se fala de neutralidade carbónica os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas são outra das referências globais, obrigando a uma redução de 45% das emissões globais até 2030.
Portugal tem a ambição, definiu objetivos e traçou estratégias, mas os resultados obtidos até agora não permitem otimismos. Quando o serviço de estatísticas da União Europeia avalia as emissões de CO2 provenientes da combustão de combustíveis fósseis para utilização de energia nos 27 estados-membro, o nosso país não fica bem na fotografia. É que o Eurostat regista um aumento de 9,9% em Portugal.
Estes números revelam que, tal como em outras áreas relacionadas com o ambiente, como a da gestão de resíduos e principalmente nos que são depositados em aterros, por exemplo, há muito a fazer para cumprir as metas europeias. Precisamos de colaboração entre Governo, empresas e cidadãos para mudar comportamentos e acelerar a transição para a economia circular.
No atual contexto, acelerar é mesmo a palavra de ordem. O facto de as nossas florestas e outros usos do solo sejam depósitos naturais que absorvem dióxido de carbono e reduzam a sua presença na atmosfera, não chega para balançar as emissões geradas pela atividade humana. Há que alterar os combustíveis utilizados, fazer evoluir a mobilidade, mudar hábitos de consumo e transformar as atividades industriais para serem cada vez mais responsáveis e “verdes”.
Se o nosso país está comprometido, o que é que nos impede de ser agentes ainda mais ativos na descarbonização? De que forma é que a sociedade pode contribuir para alcançarmos a neutralidade carbónica? Como ponto de partida, é fundamental ter conhecimento dos principais setores responsáveis pelas emissões de gases com efeito de estufa para que as nossas ações vão ao encontro daquilo que é necessário.
Adotar um modelo económico mais circular, que recorra a recursos renováveis e a processos mais eficientes que diminuam a quantidade de resíduos e promovam a reutilização de materiais, o incentivo a outras boas práticas como o uso de transportes coletivos e de veículos elétricos ou movidos a hidrogénio e a adoção de uma agricultura baseada num modelo progressivamente tecnológico, por exemplo no gasto eficiente da água, são algumas das soluções nas quais se devia investir mais.
Da mesma forma, é importante mobilizar a sociedade para ações mais sustentáveis e inclusivas, com as marcas e empresas a serem também impulsionadoras destes movimentos. Ainda que algumas marcas já tenham encontrado o seu rumo em direção à descarbonização, com soluções que cada vez mais estão a ter efeitos positivos, existe um longo caminho por percorrer neste sentido.
As empresas estão a desenvolver novos modelos de negócio, e a adotar tecnologias de baixo nível de carbono para assegurar um futuro mais “verde” e responsável. Ter mecanismos de financiamento para implementar ações mais sustentáveis e usar adequadamente meios e recursos para o bem-comum deverá estar sempre no horizonte. É aqui que temos que acelerar mais!
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