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O presidente norte-americano Donald Trump afirmou que a Coca‑Cola irá substituir o xarope de milho rico em frutose (HFCS) por cana-de-açúcar “verdadeira” nas suas bebidas nos Estados Unidos.
“Tenho falado com a Coca-Cola sobre a utilização de cana-de-açúcar VERDADEIRA na Coca-Cola nos Estados Unidos, e eles concordaram em fazê-lo. Gostaria de agradecer a todos os responsáveis da Coca-Cola”, escreveu Trump nas redes sociais, citado pela BBC News.
Trump salientou ainda, no Truth Social: “Esta será uma jogada muito boa da parte deles - Vocês vão ver. É simplesmente melhor!”
Sem confirmar explicitamente o ajuste da receita, um porta-voz da Coca-Cola destacou que “aprecia o entusiasmo do presidente Trump” e “mais detalhes sobre novas ofertas inovadoras na linha de produtos Coca-Cola serão compartilhados em breve”.
De recordar que, em abril, o CEO da Coca‑Cola, James Quincey, afirmou aos investidores que a empresa “continua a fazer progressos na redução do açúcar nas suas bebidas”, sublinhando que isso tem sido feito através de alterações às receitas e do aproveitamento da força do marketing global e da rede de distribuição da marca para promover o seu portfólio crescente.
No entanto, qualquer substituição do HFCS por cana-de-açúcar poderá gerar resistência - especialmente da parte dos produtores de milho norte-americanos. Tanto que o presidente da Corn Refiners Association, John Bode, reagiu com preocupação, afirmando: “Substituir o xarope de milho de alta frutose por açúcar de cana custaria milhares de empregos na indústria alimentar norte-americana, reduziria o rendimento agrícola e aumentaria as importações de açúcar estrangeiro - tudo sem qualquer benefício nutricional.”
Desde a década de 1980, a Coca‑Cola utiliza HFCS nos Estados Unidos, resultado de políticas agrícolas que subsidiam o milho e impõem tarifas ao açúcar importado. Por sua vez, noutros países, como o México, a marca mantém a cana-de-açúcar como adoçante principal, numa versão frequentemente engarrafada em vidro e considerada mais autêntica por muitos consumidores.
Paralelamente, a pressão política sobre a indústria alimentar tem aumentado. O secretário da Saúde dos EUA, juntamente com o movimento Make America Healthy Again, tem apelado à remoção de ingredientes como o xarope de milho, óleos vegetais refinados e corantes artificiais, associando-os a vários problemas de saúde.
Curiosamente, Trump, que se assume como um consumidor regular de Coca‑Cola Light, adoçada com aspartame, chegou a mandar instalar um botão na secretária “Resolute” do Salão Oval para que lhe fosse servida a bebida sempre que desejasse.
As declarações de Trump reacendem o debate sobre os ingredientes utilizados nos refrigerantes, refletindo o equilíbrio delicado entre preferências dos consumidores, saúde pública e interesses económicos.
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