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Clubhouse é a app do momento. Vem acrescentar mais
uma forma de nos relacionarmos, aprendermos e trabalharmos.
A “culpa” é do Elon Musk. “Culpa” no bom sentido, uma
vez que foi quem, por a ter adotado, há umas semanas, a tornou no fenómeno do
momento.
A sua utilidade satisfaz de tal forma uma lacuna nas
redes sociais, que o Facebook e o Twitter já vieram afirmar que estão a
trabalhar numa alternativa.
Trata-se de uma aplicação de salas de chat áudio, que
simulam um café, uma conferência ou uma sala de reuniões; simulação essa muito
relevante nestes tempos de confinamento e na consolidação da vida digital.
É uma app que apenas se pode subscrever quando se é convidado. Não é explicita a razão para tal acontecer, mas
obviamente que, do ponto de vista da procura este facto gera muito mais vontade
de pertencer; de tal forma que é o “must have” do momento. O
facto de estar na versão beta (ainda não teve um lançamento oficial) pode
também contribuir para este facto. Trata-se de um fenómeno que, segundo
noticiou o New York Times, cresce ao ritmo 2 milhões de subscritores por semana.
Uma vez subscrita, o seu funcionamento é muito
democrático, sempre que os utilizadores a utilizam como sala publica para
discutir os mais variados assuntos (se for de modo privado só os convidados
podem usar).
Quando se entra escolhe-se a conversa/sala em que se
quer entrar e pode-se ouvir a conversa e, eventualmente, solicitar participar.
Para compreender melhor o seu funcionamento recomento este artigo do Eco.
Instalei há pouco tempo e tenho usado
esporadicamente, mas posso testemunhar que todos ficamos mais próximos de
algumas celebridades ou figuras publicas e da sua partilha de conhecimentos.
Ontem entrei e, de repente, estava numa sala com o Marc Randolph, cofundador da Netflix, a ouvir os seus conselhos para start-ups.
O potencial de utilização de forma lúdica ou
profissional é enorme. Desde logo pode ser usada de forma ativa (criar salas
sobre temas que me interessam e conversar sobre eles) ou passiva (ouvir o que
se diz sobre determinadas temáticas).
De forma ativa esta ferramenta pode ser usada como um
complemento a blogs ou Linkedin potenciando o networking e a comunicação de
conteúdos relevantes. Relativamente aos podcasts tem a vantagem de o ouvinte,
quando autorizado, poder participar e a desvantagem de ser efémera ou ao vivo;
isto é, o conteúdo das conversas não fica gravado.
Passivamente
podemos aprender e informamo-nos através do acesso a pessoas, habitualmente
inacessíveis, se a tendência de utilização por figuras públicas, especialistas
e keynote speakers se mantiver. Originalmente a plataforma foi
criada para troca de ideias entre profissionais de C-Level, ideia rapidamente
expandida.
Até agora a plataforma não tem sido muito utilizada
por políticos, mas pode vir a ser uma excelente plataforma de aproximação
destes aos seus eleitores. Embora temas estruturais e fraturantes como a morte
de George Floyd tenham sido amplamente discutidos na plataforma, com a presença de figuras
pública como Oprah Winfrey.
Certamente que, como as anteriores redes sociais,
esta app, levanta algumas questões, sendo uma versão beta, tem ainda melhorais
a fazer ao nível das ferramentas de moderação. Também não se conhece quais os
mecanismos utilizados para evitar a sua utilização sobre temáticas e objetivos
criminosos ou ofensivos dos direitos humanos. Trata-se de um grande desafio
para que a democracia e a liberdade sejam possíveis e, simultaneamente, o
social e juridicamente condenável, sejam banidos.
Escutamo-nos um dia destes na Clubhouse.
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