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Imagens ofensivas, mensagens de ódio, ameaças e conteúdos sexualmente explícitos fazem parte da realidade de milhares de crianças e adolescentes.
Nos Estados Unidos, mais de 58% dos alunos do ensino básico e secundário já sofreram algum tipo de assédio online – quase o dobro do registado em 2019 e muito acima dos 24% de uma década antes. Em Portugal, a situação também preocupa, com prevalência acima da média europeia, segundo dados do Centro Internet Segura (CIS).
Estes dados foram divulgados num comunicado enviado às redações pela ESET, empresa europeia especializada em cibersegurança, que identificou os dez mitos mais comuns sobre o ciberbullying que podem colocar os jovens em maior risco.
Entre eles estão a crença de que “o que acontece online permanece online”, quando os danos psicológicos podem refletir-se no mundo real; que “é apenas crianças a brincar”, desvalorizando o impacto emocional duradouro; e que “ignorar o problema vai resolver”, quando muitas vezes o silêncio encoraja o agressor, lê-se na nota de imprensa.
Outros equívocos incluem acreditar que o filho sempre vai contar se algo estiver errado ou que simplesmente remover o telemóvel resolverá a situação, ignorando que o bullying pode continuar offline.
Muitos pais pensam ainda que os agressores são anónimos ou que o ciberbullying é fácil de detetar, quando na realidade grande parte conhece as suas vítimas pessoalmente e os sinais podem ser subtis. Há também a ideia de que os agressores são “pessoas más”, ignorando que muitos sofrem de baixa autoestima ou já foram vítimas.
Entre os mitos mais perigosos estão ainda a crença de que o ciberbullying causa suicídios em massa – a correlação existe, mas a causalidade é complexa – e que as redes sociais são as únicas culpadas, quando a prevenção exige ação conjunta de pais, escolas e plataformas digitais.
Ricardo Neves, responsável de Marketing da ESET Portugal, alerta que “grande parte do ciberbullying começa numa navegação online inconsciente, na exposição excessiva de dados pessoais e no contacto com ataques de engenharia social”. Segundo Neves, proteger os jovens envolve combinar tecnologia com educação: controlo parental, limites de tempo, monitorização de webcams e microfones, além de sensibilização sobre riscos digitais. Programas como Safer Kids Online oferecem materiais educativos para apoiar famílias e escolas neste desafio.
“Isolar crianças do mundo digital pode ser mais prejudicial do que benéfico. O essencial é manter um diálogo aberto, estar atento a sinais de alerta e oferecer apoio emocional e técnico”, conclui Neves.
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