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A opinião de Susana Albuquerque
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12 de Junho de 2020
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Susana Albuquerque
Diretora Criativa Uzina Lisboa

Entre os poucos benefícios colaterais desta pandemia, um deles tem sido consensual: não vale a pena perder muito tempo a fazer previsões. Por isso hoje não vou falar do que aí vem, mas sim do que foi. Vou contar-vos como foram os últimos 3 meses no Clube de Criativos. A meio de Março, fechávamos a todo o vapor a programação da semana criativa de Maio.


Tínhamos já confirmadas 2 exposições internacionais mais a Ilustra 33, um warm-up com dois dos presidentes de júri, vários oradores nacionais e alguns internacionais com viagens compradas, 25 directores criativos para mais uma Portfolio Night com o One Club, a nova edição dos High Potentials com o ADCE, 10 workshops nacionais e internacionais, 4 conversas sobre o futuro e o projecto de fazer uma revista sobre a Semana. Estávamos em fase final de financiamento, a terminar 9 meses de trabalho duro, e tudo iria acontecer na última semana de Maio. Quando de repente chegou a pandemia.  Ficámos perdidos durante alguns dias, e nem as garrafas de tinto da era covid tornaram as reuniões do CCP mais alegres.


Até que tomámos a decisão possível: cancelámos a semana criativa e adiámos o festival tanto quanto pudemos. Fizemo-lo com a sensação estranha e comum de não poder fazer nada, enquanto sentíamos ao mesmo tempo que estava tudo por fazer.  


E por isso adaptámo-nos. 


Começámos por nos perguntar o que fazia falta fazer agora. O que podíamos fazer nós em benefício de quem representamos.  Para responder à bulimia informativa aplicada ao nosso mercado, criámos Uma Mensagem do Futuro, cartas de portugueses e amigos de Portugal sobre o confinamento criativo, enviadas de diferentes geografias. Começamos com o Nuno Dores que nos escreveu de Shangai, e que cunhou o nome da iniciativa. Publicámos 28 cartas até agora, que podem ser lidas aqui.  


Para lidar com a ansiedade que estamos a viver nas empresas, nesta normalidade transformada do negócio, criámos o Trabalho de Casa, conversas informais e em directo sobre o que nos espera neste mercado, e cedemos-lhes o nosso instagram. Já ouvimos o Ivo Purvis, o Pedro Pires, o Tiago Canas Mendes, o Luis Mileu, o Elgar Rosa, o Jorge Trindade, a Rita Salvado, a Sandra Alvarez, o Nuno Jerónimo e o Paulo Martins e esta semana é a vez do Miguel Durão. Cada convidado escolhe quem quer entrevistar a seguir, criando uma cadeia de afinidades que transparece na forma como a conversa flui. As conversas vão continuar e estão todas disponíveis aqui


Para combater a invisibilidade dos freelancers em Portugal, criámos o primeiro directório, gratuito e inclusivo, cobrindo 25 disciplinas que vão da arte-final ao UX design. Está disponível para todos aqui.  


Para recordar ao mercado que, mais do que nunca, importa dar palco a quem inova na comunicação e na construção de marcas, mantivemos o XXII Festival de Criatividade, prolongando a inscrição com desconto até ao final de Junho e as datas finais até ao final de Setembro.  Juntámo-nos à Câmara Municipal de Lisboa e criámos um programa de voluntariado com as agências sócias do CCP para apoiar os pequenos negócios da cidade. Para aproximar os jovens criativos das marcas, lançaremos em breve as Ideias CCP, uma iniciativa que promove briefings abertos e remunerados, feitos por clientes reais e dirigidos a profissionais com menos de 30 anos.  Não deixa de ser curioso pensar que tudo o que fizemos nos últimos 3 meses estava fora dos nossos planos. Ao contrário do que tínhamos previsto, no final de Maio não estivemos juntos na ETIC e no mercado de Santa Clara.


Não nos abraçámos, não houve cerveja, não aplaudimos nem posamos para as fotografias. Em vez disso, fomos obrigados a reinventar-nos, e para isso perguntámo-nos para que serve um Clube quando não se consegue fazer um Festival. Esta pandemia trocou-nos as voltas e lembrou-nos que a vida é frágil e imprevisível. Mas também nos lembrou que ela se define pela nossa capacidade de adaptação e de luta, e talvez a definição de luta seja essa de fazermos o que escolhemos com sentido e com valor. Talvez essa seja uma boa lição destes dias estranhos. Business as usual já não chega.

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