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A casa de moda britânica Burberry anunciou esta quinta-feira que vai deixar de recorrer a pele de animal para a conceção das suas peças, como é o caso da pele de guaxinim e de marta, de forma a melhorar o seu impacto social e ambiental, medida que foi largamente aplaudida pelos defensores dos direitos dos animais.
Além disso, a marca avançou ainda que vai deixar de queimar todos os produtos de luxo que não são vendidos no final de cada estação. Isto ocorre no seguimento da Burberry ter admitido em julho que, só no ano passado, foram destruídos quase 40 milhões de dólares em peças (cerca de 34 milhões de euros), algo que provocou uma enorme polémica relativamente ao desperdício inerente à indústria da moda.
Como aponta o CEO Marco Gobbetti, citado pela Reuters, que está empenhado a transformar a Burberry numa marca ainda mais luxuosa, “o luxo moderno implica uma maior responsabilidade social e ambiental”. Esta declaração foi proferida após vários retalhistas terem sido acusados nos últimos anos de destruírem produtos que não tinham sido vendidos, muitos deles tendo chegado a cortar e a rasgar peças de roupa antes de as deitar fora.
Na sua generalidade, estes tratavam-se de produtos que não eram adquiridos nas lojas outlet e que tinham sido criados há mais de cinco anos. A partir de agora, a Burberry tenciona reutilizar, reparar, doar e reciclar estes produtos que não são vendidos, ao mesmo tempo que procura criar menos coleções, as quais tentarão ser mais direcionadas aos seus públicos, reduzindo assim o excesso de stock.
Estando ainda a trabalhar em conjunto com a companhia de luxo sustentável Elvis & Kresse para transformar 120 toneladas de sobras de pele em novos produtos durante os próximos cinco anos, as novas medidas adotadas pela Burberry podem colocar pressão noutras casas de luxo, de modo a que estas se tornem mais transparentes relativamente à forma como lidam com os produtos não vendidos, defende o analista do BNP Paribas Luca Solca: “as preocupações relativamente à sustentabilidade estão lentamente, mas também certamente a tornar-se mais relevantes para os consumidores de bens de luxo”.
A decisão de cessar a utilização de pele de animal nas suas peças, tomada pela Burberry, surge no seguimento de marcas como a Versace, a Gucci e a Stella McCartney terem feito o mesmo, tratando-se de apenas de uma das mudanças que estão a ser postas em prática pela empresa britânica, que coloca agora no designer Riccardo Tisci, que anteriormente trabalhou para a Givenchy e que foi o autor de conjuntos para a Beyonce e a Madonna, a tarefa de causar algumas transformações na marca. A coleção de estreia de Tisci será lançada durante este mês de setembro.
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