Black Friday: Quando as marcas se calam e deixam o algoritmo falar

Pesquisa

A opinião de Rita Oliveira
Black Friday: Quando as marcas se calam e deixam o algoritmo falar
27 de Novembro de 2025
Black Friday: Quando as marcas se calam e deixam o algoritmo falar
Black Friday: Quando as marcas se calam e deixam o algoritmo falar
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit.
Black Friday: Quando as marcas se calam e deixam o algoritmo falar
Rita Oliveira
CEO da Shift Your Branding Agency
Em destaque
00 Artigo - Lateral texto00 Artigo - Lateral texto
Continuar a ler depois do destaque
Em destaque
00 Artigo - Horizontal topo texto00 Artigo - Horizontal topo texto

Durante o ano, as marcas trabalham para construir significado. Criam linguagem, investem em estética, refinam o tom de voz e garantem a coerência. Mas basta chegar a Black Friday para assistirmos a um silenciamento em massa, com linguagem, códigos e identidade a tornarem-se genéricos. Tudo se rende à mesma cartilha: fundo preto, descontos em negrito e urgência no call to action (CTA). De repente, não há marca, há promoção.

 

Nesta época, muitas equipas de marketing entregam o controlo à lógica da performance, baseando-se em segmentação, A/B testing, funis e descontos calibrados para escalar rápido. E não há erro nenhum neste processo. O problema é quando o algoritmo se transforma no novo diretor criativo. A marca deixa de falar por si própria e passa a repetir o que "funciona", acabando a parecer igual às restantes. O paradoxo é claro: quanto mais otimizadas estão as marcas para a conversão, menos memoráveis se tornam. E o consumidor, soterrado em ruído visual, ignora. Em vez de captarem a atenção, as marcas fundem-se num mesmo feed de campanhas indiferenciadas.

 

Vale a pena conquistar cliques, se se perde a voz? A resposta pode estar na coerência. Não se trata de ignorar a Black Friday, mas de a usar como um teste de stress à cultura de marca. Se a marca é forte, esse tom deve atravessar qualquer contexto, mesmo o mais comercial. As marcas que preservam consistência tornam-se mais confiáveis aos olhos do consumidor. Já as marcas que soam genéricas tornam-se descartáveis.

 

Curiosamente, até os setores mais inesperados entraram no modo copy-paste da Black Friday. Bancos, ensino online e até marcas de nicho alinham no mesmo registo estético. É eficaz a curto prazo? Talvez. Mas será branding, ou apenas ruído com retorno sobre o investimento (ROI)?

 

E é aqui que os dados são reveladores. Segundo a Netsonda, 86% dos portugueses planeiam comprar na Black Friday, ou seja, o público já está predisposto. As marcas não precisam de “gritar” para serem ouvidas, porque o consumidor já está à escuta. O desafio não é chamar a atenção a todo o custo, mas sim falar com clareza, carácter e verdade. A diferença não está em quem fala mais alto, mas em quem sabe o que está a dizer.

 

A Black Friday pode ser mais do que um pico tático. Pode ser um palco para expressar a marca sob pressão e uma oportunidade para mostrar que a voz não se perde quando a urgência aumenta. Este ano, talvez a verdadeira exigência não esteja em reduzir preços, mas sim em elevar o discurso.

 

 

Em destaque
01 Artigo - Horizontal Final do artigo01 Artigo - Horizontal Final do artigo

Artigos Relacionados

fechar

Black Friday: Quando as marcas se calam e deixam o algoritmo falar

O melhor do jornalismo especializado levado até si. Acompanhe as notícias do mundo das marcas que ditam as tendências do dia-a-dia.

A enviar...

Consulte o seu email para confirmar a subscrição.

Li e aceito a política de privacidade.

Black Friday: Quando as marcas se calam e deixam o algoritmo falar

Fique a par das iniciativas da nossa comunidade: eventos, formações e as séries do nosso canal oficial, o Brands Channel.

A enviar...

Consulte o seu email para confirmar a subscrição.

Li e aceito a política de privacidade.

imagensdemarca.pt desenvolvido por Bondhabits. Agência de marketing digital e desenvolvimento de websites e desenvolvimento de apps mobile