Num período marcado pela introdução de novas normas contabilísticas, verificou-se que mais de 86% do Ebitda da Galp, no primeiro trimestre de 2019, proveio da atividade internacional. De facto, este resultado aumentou 9% em termos homólogos, chegando aos 494 milhões de euros, sendo que 75% dos mesmos resultam da área de Exploração e Produção (E&P).

Tal deveu-se à execução dos projetos de Exploração e Produção (E&P) de petróleo e gás natural no Brasil e Angola – e o aumento da produção daí resultante –, a qual compensou a diminuição da atividade de Refinação e Distribuição. Nesse sentido, o Ebitda da Galp neste campo registou um aumento de 28% face ao trimestre homólogo, para um total de 374 milhões de euros, suportado num aumento de 8% da produção de petróleo e gás natural.

Esta produção totalizou 113 mil barris de petróleo e gás natural por dia, devido à entrada em operação e progressivo aumento de produção de duas unidades flutuantes do tipo FPSO instaladas nos campos de águas ultraprofundas do pré-sal da bacia de Santos, no Brasil, e de uma em Angola, no último ano. O Ebitda da área de Exploração e Produção incluiu ainda um impacto positivo de 33 milhões de euros, em resultado da aplicação da nova norma contabilística IFRS 16 – que, na globalidade, teve um impacto positivo de 44 milhões de euros.

Os resultados operacionais da área de Refinação & Distribuição caíram 42% para os 70 milhões de euros, pressionados pela queda das margens de refinação no mercado europeu e por restrições operacionais no aparelho refinador que afetaram as vendas, sobretudo para os mercados de exportação.

Por outro lado, o aumento de vendas nos hubs europeus compensou a diminuição das vendas a clientes diretos, o que se refletiu numa melhoria de 40% do Ebitda da área de Gas & Power em termos homólogos, para os 47 milhões de euros.

O resultado líquido ajustado do primeiro trimestre totalizou, assim, 103 milhões de euros, valor que se encontra abaixo do valor registado no mesmo período do ano passado (-24%). De acordo com as normas contabilísticas internacionais (IFRS), o resultado líquido deste primeiro trimestre foi negativo em 8 milhões de euros, o que se explica com um aumento dos eventos não recorrentes negativos de 126 milhões de euros, os quais se devem essencialmente ao impacto da inutilização do campo de Lula no Brasil.

A participação da Galp neste bloco, através da Petrogal Brasil, passou de 10% para 9,2%, com efeitos a partir de 1 de abril de 2019. Em resultado deste processo, a Galp reconheceu um impacto de 98 milhões de euros como evento não recorrente.