A LEGO, marca dinamarquesa conhecida mundialmente pelos seus brinquedos, está a preparar mudanças estruturais ao nível da produção das suas famosas peças. Tendo assumido o compromisso de, até 2030, tornar a maioria da sua produção sustentável, através da utilização de materiais amigos do ambiente ou criados com base em produtos recicláveis nas suas peças e embalagens, a marca deu recentemente um grande passo nesse sentido.

Tendo a introdução destes novos blocos sustentáveis sido anunciada em março deste ano, a LEGO garantiu que começará a ser gradualmente possível comprar brinquedos da marca totalmente feitos de materiais sustentáveis, estando já a ser efetuada a produção de peças de plástico feito a partir de cana de açúcar.

Estas novas peças, que por enquanto, serão inspiradas na forma e na matéria botânica, pretendem substituir por completo as anteriores, que até agora eram feitas de quatro tipos de materiais diferentes, entre os quais o plástico ABS, utilizado em grandes quantidades por todo o mundo e cuja decomposição é tóxica para o ambiente.

Porém, apesar de poluente, o plástico ABS garantia algumas das principais e adoradas características das peças da LEGO: a sua elasticidade e flexibilidade, bem como a transparência de alguns dos seus brinquedos. E será que as novas peças feitas a partir de plantas conseguem o mesmo efeito?

A empresa garante que os utilizadores não sentirão qualquer diferença entre as novas peças e as antigas. “A nova geração de materiais deverá ser tão segura e oferecer a mesma qualidade elevada, a mesma experiência de jogo que os nossos atuais materiais”, afirmou Bistra Andersen, gerente sénior da plataforma de materiais da LEGO, à Brick Fanatics.

Mas de onde provém o material botânico que serve de base aos novos brinquedos da empresa dinamarquesa? Do Brasil! E, para garantir que o impacto ambiental das suas peças será o mínimo possível, o grupo encontra-se a trabalhar em conjunto com a World Wildlife Fund, organização não governamental que atua ao nível da conservação, investigação e recuperação ambiental.

Porém, a substituição dos habituais plásticos por materiais feitos a partir de cana de açúcar irá provocar um aumento dos custos de produção dos brinquedos. Mas a empresa garante que tal não resultará em custos acrescidos para os amantes da LEGO. “Esta medida não irá custar mais aos compradores, nós estamos a fazer esse pagamento”, garantiu Matthew Whitby, gestor de envolvimento em responsabilidade ambiental. “Os consumidores não irão notar qualquer diferença no preço.”

Tendo a LEGO já cessado a utilização de plásticos baseados em combustíveis fósseis na produção dos elementos botânicos dos seus famosos conjuntos de peças, é já garantido que mal o stock de tais peças termine, começarão a ser distribuídas novas peças, com a mesma forma, concebidas a partir de plástico feito com base em cana de açúcar.