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Se acompanhou os Jogos Olímpicos de Tóquio afincadamente,
saberá certamente de cor e salteado quais foram as marcas que patrocinaram os
jogos. Ou não.
Apesar de os Jogos Olímpicos serem, provavelmente, o evento
mais disputado do mundo pelas marcas, o Comité Olímpico Internacional (COI) faz
questão de manter o palco dos jogos “limpo” de marcas (“clean venues”),
para que o foco esteja exclusivamente nos atletas.
Assim, para além dos equipamentos dos atletas e da Omega - o
único patrocinador do COI que tem direito a mostrar-se, nos relógios que
registam os tempos alcançados desde 1932 -, a única marca que provavelmente não
lhe sai agora da cabeça é a marca dos cinco anéis, a marca olímpica.
Apesar desta restrição, a corrida das marcas para alcançarem
os mínimos olímpicos, que lhes dão direito a ostentar os 5 anéis, o símbolo da
união dos povos dos 5 continentes, faz-se em dólares e é uma corrida muito
disputada e cobiçada.
Em Tóquio, o COI amealhou, em patrocínios globais e locais, a
maior verba de sempre, um total de 3,1 mil milhões de dólares, três vezes maior
do que a verba angariada nas últimas Olimpíadas do Rio de Janeiro.
Efetivamente, o patrocínio aos Jogos Olímpicos não se mede
em exposição mediática alcançada, mede-se em prestígio. No imediato
imensurável, o prestígio avalia-se no médio-longo prazo no impacto que tem na
reputação das marcas. A reputação de poder exibir a marca olímpica é o valor
transacionável de ser patrocinador dos Jogos Olímpicos e é um ativo
valiosíssimo para quem o souber usar.
A medalha de ouro é atribuída às marcas que conseguiram
alcançar o estatuto de love brands para serem as preferidas de uma forma
inequívoca e mais ou menos racional pelos consumidores. Por este motivo, apesar
de várias marcas se tentarem colar aos jogos através de campanhas que fintem as
apertadas regras de utilização da marca olímpica, nada se compara ao prestígio
de poder exibir com orgulho a chancela do patrocínio oficial aos jogos. Assim,
os patrocinadores ostentam a sua participação nos Jogos desafiando a
criatividade em campanhas globais e locais de envolvimento e evocação do
espírito olímpico.
Localmente, procuram aprofundar as condições preferenciais
que têm de acesso ao evento no desenvolvimento de iniciativas de hospitality,
envolvendo clientes VIP em ativações únicas e inesquecíveis. E foi precisamente
neste contexto, que esta edição dos Jogos Olímpicos ficou marcada por alguma
frustração - Este evento sem público, com a ameaça da COVID-19 omnipresente, viu-se
impedido de poder fazer ativações presenciais e esteve em risco até de ter
despertado sentimentos contraditórios na população local.
Foi este o entendimento da Toyota, que decidiu cancelar toda
a campanha de televisão associada aos Jogos de Tóquio, inclusivamente a
presença do seu presidente e outros dirigentes na cerimónia de abertura do
evento. De acordo com a marca, a decisão foi tomada em função do sentimento
contrário do público com relação à realização das Olimpíadas face ao aumento de
casos de infeção pelo coronavírus em Tóquio. Para a Toyota, a sua imagem podia
ser prejudicada, já que os japoneses se manifestaram contra a realização dos
Jogos no contexto de pandemia.
O que é certo é que os Jogos se realizaram e, apesar de ficarem
para sempre recordados como os “Jogos da Pandemia”, as marcas que bem souberam gerir
esta nova realidade e converter o seu investimento numa ativação adaptada a uma
nova condição, são as marcas que saíram de Tóquio com a medalha de ouro.
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