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"109 crianças. 109 crianças foram mortas por russos
desde o dia um da invasão em grande escala da Rússia à Ucrânia. Hoje, estes
carrinhos de bebé na Praça Rynok simbolizam as vidas desses pequenos anjos.
Eles estão agora a defender o céu da Ucrânia, em vez das ações decisivas do
mundo”.
Este tweet foi partilhado por Andriy Sadovyi, presidente da
Câmara Municipal de Lviv no dia 18 de março de 2022.
Muitos outros, cidadãos e a imprensa livre, replicaram esta
e outras fotos e vídeos deste momento simbólico assinalado na cidade de Lviv,
na Ucrânia, 23 dias depois da invasão russa nas suas redes sociais.
Se há imagens que valem por mil palavras, esta é certamente
uma delas – na retórica da guerra, o silêncio de uma imagem é, por vezes, uma
arma poderosa.
Na mesma linha do tempo em que bombas russas arrasam as cidades
ucranianas, a guerra faz-se, com igual intensidade, com imagens, palavras,
símbolos, metáforas do pensamento que organizam a nossa posição face aos
acontecimentos.
No campo de batalha não estão apenas russos e ucranianos, estão
valores – liberdade, repressão, democracia, ditadura, justiça, injustiça, paz, guerra.
Carrinhos de bebé vazios num contexto de guerra gritam a
morte das crianças inocentes mortas numa guerra injusta e cruel para provocar os
cidadãos e políticos do mundo a agir.
As metáforas, segundo George Lakoff, não são apenas figuras
de linguagem, são figuras do pensamento, argumentos que organizam coerentemente
a posição humana. Não falamos apenas metaforicamente, mas também pensamos
metaforicamente. E ao pensarmos com, ou através, de metáforas, fazemo-lo em grande
parte inconscientemente.
Como cidadãos do mundo livre, condenamos veemente e
conscientemente a invasão russa de um país soberano, democrático e livre, não
queremos a guerra, queremos a paz, pelo que inconscientemente rejeitamos o que
nos afastar deste ideal.
A guerra na Ucrânia evidencia uma profunda cisão entre a
informação que circula no mundo livre das democracias ocidentais e a informação
manipulada e censurada que circula na autocracia russa.
O viés da confirmação, a tendência que temos em procurar informação
que confirme o que já sabemos e aceitar os factos que reforçam as nossas teses
e que não as contrariem, aplica-se tanto a cidadãos do mundo livre, como aos
cidadãos russos, sujeitos à censura. A diferença está em que, graças à imprensa
livre, quem está deste lado da barricada, vê e comprova com factos, sobre o que
efetivamente está a acontecer na Ucrânia, enquanto o povo russo vê o que o
Kremlin lhe quer mostrar.
Assim, é para nós incompreensível e revoltante ouvir o
Kremlin afirmar que a Rússia não está a atacar alvos civis e ao mesmo tempo ver
imagens de hospitais, teatros, casas, escolas, centros comerciais totalmente
destruídos.
As imagens mostram o pulso da guerra e no seu silêncio a narrativa
é ensurdecedora: a destruição massiva e indiscriminada das cidades ucranianas; a
coragem, resiliência e determinação na face de Zelensky, a frieza, calculismo e
prepotência da face de Putin; a coragem dos soldados, a dor, convicção e
esperança no rosto dos refugiados.
As palavras são armas poderosas de guerra – de um lado a
retórica sofista de Putin, denunciada por Platão no século IV a.C., por preterir
o verdadeiro pelo verosímil; do outro lado a retórica deliberativa de Aristóteles,
marcada na persuasão da narrativa de Zelensky, que, faz do Mundo o seu
auditório, usando o argumento como garantia para a verdade.
O fim da guerra parece ainda estar longe. Independentemente
do que vier a acontecer no campo de batalha, apesar da destruição, do
sofrimento, da dor, a Ucrânia já venceu, porque a verdade vencerá sempre.
Glória à Ucrânia. Glória aos Heróis.
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