Já não é futuro, é realidade. E realidade dura.

Vivemos com o plástico, com a poluição, com a noção de que se não fizermos nada as consequências para as gerações atuais e futuras podem ser devastadoras. Há que começar pelas marcas, que devem dar o exemplo. E há muitas que já colocaram nos seus valores a sustentabilidade.

Mas é preciso fazer mais e o novo relatório anual dos maiores poluidores de plástico a nível global, da BreakFreeFromPlastic, mostra isso mesmo.

Este ano, a organização global angariou 72,541 voluntários de 51 países para procederem à auditoria de 484 marcas. Os voluntários colecionaram resíduos de plásticos perto de onde moravam, num total de 476.423 pedaços de plástico, 43% dos quais estavam claramente relacionados com uma marca de consumo.

O plástico foi catalogado em todas as partes do globo, incluindo regiões remotas da Indonésia, Filipinas, Nigéria e Butão.

Através destes dados, a BreakFreeFromPlastic conseguiu chegar a mais de 8 mil marcas responsáveis pelo lixo.

Este ano, os 10 principais poluidores mundiais foram: a Coca-Cola, Nestlé, PepsiCo, Mondelez International, Unilever, Mars, P&G, Colgate-Palmolive, Phillip Morris e Perfetti Van Melle.

Não é surpresa. Surpresa é que a história se repete.

Não é novidade que as gigantes das bebidas engarrafas, como a Coca-Cola, Nestlé e PepsiCo, sejam as maiores poluidoras de plástico do mundo. O que mais preocupa é o facto de no ranking do ano passado já terem sido nomeadas como principais poluidoras.

No total, 11.732 pedaços de plástico foram rotulados com a marca Coca-Cola em 37 países. Números que a colocam muito à frente dos outros dois principais poluidores: Nestlé com 4846 pedaços de plástico encontrados em 31 países e a PepsiCo com 3362 pedaços de plástico em 28 países.