Estamos perante aquela que é a maior crise do século XXI. Ninguém ainda sabe ao certo quando e como deixaremos para trás este período difícil das nossas vidas, mas há lições que se podem tirar desta fase e que se poderão tornar úteis no futuro.
A revista alemã W&V, publicação especializada em marketing, media e comunicação digital, faz seis prognósticos relativamente àquilo que irá acontecer no mundo do trabalho. Aqui ficam eles:
1. Mudanças no mercado de trabalho – Apesar dos esforços das empresas e dos políticos, haverá despedimentos e muitas companhias poderão falir. Por isso, é importante que as empresas redefinam a sua estratégia, tendo em atenção 3 grandes tendências:
- As start-ups terão um foco de atuação mais local e regional do que antes, uma vez que a globalização revelou-se como um dos grandes pontos francos desta crise.
- A pandemia deixou em evidência a dependência que o mundo ocidental tem da China do ponto de vista da fabricação de produtos. Neste sentido, muitos países vão procurar ser mais autossuficientes e isso irá traduzir-se numa onda de novas empresas focadas na produção local.
- As pessoas vão procurar, mais do que nunca, dar um verdadeiro sentido à sua atividade profissional, que deixará de ser apenas um meio para as pessoas se enriquecerem (ou, pelo menos, tentarem).
2. Valorização de determinados perfis profissionais – Várias profissões sairão reforçadas desta crise. É o caso dos enfermeiros, que até então talvez eram um pouco desvalorizados face ao papel dos médicos, ganharão provavelmente estima e a sua reputação será comparável finalmente à de profissionais (tradicionalmente bastante respeitados) como os bombeiros. Valorizar-se-á também a atividade de muitos heróis do quotidiano, como os trabalhadores de supermercados, por exemplo.
3. Virtualização, flexibilidade e digitalização do trabalho – O coronavírus não fez mais do que acelerar a digitalização do universo, que até agora ainda estava um pouco preso a ideias excessivamente tradicionais. Ferramentas como o “home office”, o trabalho colaborativo na vertente digital e as videoconferências, que antes eram vistas com algum ceticismo por alguns líderes, converteram-se na única opção possível. O Covid-19 está a demonstrar o valor do teletrabalho e isso terá um grande impacto no mundo laboral.
4. A cultura de liderança irá transformar-se – Os líderes que confiam no controlo e na presença dos trabalhadores nos escritórios da empresa para fazer valer o seu poder vão ficar desamparados. O velho estilo de liderança está a ficar “démodé”, porque há estilos bem melhores, e a pandemia está a mostrá-lo, refere a revista. Durante a crise vai ficar claro que a liderança moderna exige moderação em vez de controlo e liberdade em vez de restrições.
5. O coronavírus é um teste para a cultura corporativa – Em tempos de crise, os trabalhadores vêem com claridade qual é o compromisso dela para com eles. Mais do que nunca ficará em evidência a lealdade da empresa – ou a falta dela – face aos seus colaboradores. As companhias que cometam erros (colocando, por exemplo, em perigo a saúde dos empregados) poderão ficar sem os seus melhores talentos e, por isso, terão mais dificuldade em sobreviver no futuro.
6. A Geração Z terá que se adaptar a um ambiente laboral em constante mudança – Antes da crise muitos jovens da chamada Geração Z olhavam para o mercado laboral como um universo cheio de oportunidades. Num mundo marcado pelas consequências deixadas pelo coronavírus, estes jovens serão confrontados com condições laborais radicalmente diferentes. Certo é que nem todos os seus desejos poderão ser satisfeitos com a facilidade de outrora.