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O Algarve é uma Região de enormes potencialidades.
A riqueza cultural das suas gentes, a enorme capacidade de trabalho que detêm e o empreendedorismo que existe, de nascença, em cada Algarvio, tornam esta Região única e com características especiais.
As potencialidades a nível do Turismo (seja de “Serra”, seja de “Mar”) são óbvias...
Que outra Região do país equilibra a Serra e o Mar de forma tão harmoniosa?
Que outra Região do país tem na sua Serra produtos tão puros e tradicionais como o mel, o figo, o medronho e simultaneamente areia dourada à superfície ou até sal gema nas suas profundezas?
Dado que toda a dimensão e todo o desenvolvimento económico ligado ao Turismo é tão óbvio não irei referir diretamente este setor. Alias o objetivo deste artigo é refletir sobre a marca “Algarve” e falar de “alternativas” ao Turismo.
Sobre o Turismo apenas uma palavra:
Muita coisa foi feita nesta área. Muita coisa está a ser feita, e sei que muita coisa está a ser planeada.
Mas é preciso, em todos os projetos que estão a ser pensados, pugnar por um elevado rigor e padrões de exigência. Não deixar de insistir na qualidade e apostar numa irrepreensível inserção dos mesmos numa ótica de efetivo desenvolvimento sustentável da Região e do país.
O objetivo deste artigo é dar pistas para o futuro desenvolvimento económico e social da Região e da Marca Algarve e por isso irei referir apenas três ideias que me parecem interessantes. Sendo apenas três, e havendo consenso político, é fácil pensa-las, é fácil defini-las e é fácil implementa-las, tendo em vista a melhoria das condições e a qualidade de vida dos residentes e dos Algarvios.
A política faz-se de rasgo, de visão estratégica, de audácia, de acreditar e de querer fazer sempre o melhor para o futuro e para as suas populações.
Primeiro: Em termos de desenvolvimento económico e social o Algarve precisa urgentemente de desenhar novas áreas empresariais e de requalificar as existentes.
É por isso, absolutamente essencial, reinventar zonas empresariais que combine conforto, sofisticação, dinamismo, qualidade de vida com a localização e retenção de Quadros nacionais e internacionais altamente qualificados a nível empresarial.
Assim como altos Quadros de empresas nacionais e de todo o Mundo vêm passar férias à Região do Algarve é preciso criar condições para que os mesmos queiram também vir trabalhar para o Algarve.
O Algarve precisa de reter jovens e Quadros qualificados (nacionais e internacionais) para que se torne empresarialmente mais desenvolvido e economicamente sustentável 365 dias por ano.
As zonas empresariais do futuro não são mais como foram desenhadas as velhas e tradicionais “zonas industriais” do passado.
No passado, estas zonas eram meramente um conjunto de loteamentos, algumas (poucas) infraestruturas de apoio, e resultavam, tantas vezes, num mero aglomerado de armazéns.
O que Algarve precisa é de desenhar uma ou melhor, várias “Quintas do Lago” para empresas (julgo que “esta imagem” ajuda a perceber o conceito).
É isto que vemos nos países mais avançados do Mundo, onde, lado a lado, convivem casas e residências com espaços empresariais modernos e sofisticados e onde o trabalhador e as condições de trabalho estão no centro da atividade e são valorizadas.
Não estamos a falar de lotear terrenos para uma zona industrial. Estamos a falar de criar toda uma nova área empresarial e residencial desenhada com base nos mais altos padrões de qualidade e de conforto, rodeada de natureza, devidamente ordenada e integrada com os espaços, e onde os trabalhadores estão no centro das condições de trabalho.
Só com espaços destes, o Algarve poderá atrair para a sua Região algumas empresas nacionais e internacionais. Aqui podem conviver Startups tecnológicas, empresas nacionais de referência e até algumas multinacionais baseadas em serviços de engenharia assentes no digital onde a localização não é fator relevante, mas para as quais as condições e qualidade de vida dos seus trabalhadores são essenciais.
Segundo: O Algarve precisa de criar condições para a instalação de Colégios e Escolas de referência a nível internacional. Só através deste processo se consegue “dominar” o conjunto da cadeia de valor do desenvolvimento económico e social.
O Algarve precisa também de apostar na captação do imaterial, do intangível e na produção de saber. Precisa de apostar na criação de conhecimento e na atração dos melhores alunos a nível nacional e internacional em áreas específicas.
Daqui, deriva depois, com grande facilidade, a criação de realidades empresariais que se querem fixar na própria Região.
Daqui sairão certamente spin-offs, daqui sairão os empreendedores que criarão as Startups de amanhã que serão os unicórnios do futuro e que se querem instalar em locais onde a qualidade de vida e o lifestyle estão no centro.
Terceiro: o Algarve tem investido bastante em infraestruturas ao longo dos últimos anos. Muitas delas estão feitas. Algumas delas nunca foram feitas. É certo que em matéria de infraestruturas é sempre possível ir mais longe.
Existem, contudo, duas áreas em que me parece absolutamente essencial apostar:
- A área da saúde através da instalação de clínicas de referência e também de unidades hospitalares abrangentes com todas as condições necessárias para cidadãos exigentes e para uma nova realidade empresarial que dá muito valor às condições de vida. Esta será também uma infraestrutura da maior importância para o Turismo de Saúde, e a atração de reformados e para todos aqueles que cada vez mais escolhem o Algarve para usufruírem da sua terceira e quarta idade.
- E a área dos transportes. Se queremos o Algarve como uma referência internacional ao nível de novas realidades empresariais. Se queremos o Algarve como um local privilegiado na Europa para o envelhecimento ativo temos de criar condições de circulação aérea e rodoviária modernas e sofisticadas que permitam uma mobilidade e condições de conforto desejáveis.
Num mundo moderno e sofisticado e onde se busca cada vez mais o lifestyle e a qualidade de vida, o Algarve é uma Região onde se pode começar o dia a fazer compras de produtos tradicionais num mercado local; fazer surf ou jogar golf durante a manhã; trabalhar toda a tarde num espaço empresarial de referência enquadrado num resort; fazer jogging ou jogar paddel ao final do dia, e ainda jantar com a família ou com clientes em espaços de referência.
É esta qualidade de vida, aliada à segurança, que a nova geração (os “Millennials”), e a Geração Z tanto procuram na Europa e no Mundo.
O Algarve pode ser uma referência nesta matéria. Só temos de ser definir uma visão estratégica e ser exigentes na sua implementação.
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