Águas cristalinas!

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Águas cristalinas!
8 de Março de 2019
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Talvez uma boa parte dos consumidores portugueses ignore o facto de que Portugal tem das melhores águas minerais do mundo. Segundo escreveu em 1930 o conceituado engenheiro químico, Charles Lepierre, que foi professor e diretor do laboratório do Instituto Superior Técnico: “Portugal, de acordo com a sua dimensão, população e diversidade geológica é um dos países mais ricos do mundo no que diz respeito ao número e variedade de águas minerais e de nascente”. Por isso, não se pode falar de água, mas sim de águas. E que esta riqueza é caraterizada por diferenças na composição mineral. “Todas as águas são caraterizadas por ter um certo quimismo, ou seja, por terem mais elementos minerais do que outros. Há umas que têm mais cálcio, mais sódio… outras que têm mais magnésio. Portanto, as águas minerais e de nascente e também as águas correntes que vêm da torneira e que são captadas em albufeiras, como é o caso da água de Lisboa, que vem de Castelo de Bode, provêm de origens diferentes e têm portanto quimismos diferentes”, explica o professor e especialista em Recursos Hídricos Subterrâneos, com quem tive o prazer de conversar e de aprofundar o meu conhecimento sobre o tema das águas engarrafadas. E aqui a questão da embalagem vem à tona, como uma necessidade imperativa na preservação das tais características de pureza mineral únicas, e que é protegida não só na nascente, com legislação que obriga o setor das águas a garantir a sustentabilidade de todo o ecossistema, mas também porque este é um produto que segue as normas da segurança alimentar e não pode sofrer qualquer alteração até chegar às mãos do consumidor.

Setor segue a corrente das preocupações ambientais

Na minha perspetiva, torna-se límpido que o tema da poluição com resíduos de plástico nos oceanos é tão alarmante quanto a gritante falta de consciência cívica para comportamentos ambientalmente irresponsáveis. Não se podem juntar as águas, porque há claras diferenças naquilo que toca à sua composição e origem, mas também não podemos deixar de notar que as marcas e o setor das águas engarrafadas tem vindo a fazer um percurso de transformação no tipo de embalagem que utiliza hoje em dois tipos de material: PET e Vidro, ambos 100% recicláveis. Tivessem todos os consumidores a preocupação de colocar estas e outras embalagens no local certo, e o cenário de agressão ao meio ambiente seria com toda a certeza bem diferente. O setor, representado pela APIAM - Associação das Águas Minerais e de Nascente de Portugal - garante que está empenhado em mudar esta realidade criando novos modelos de incentivo à reciclagem juntamente com o Ministério do Ambiente e outras associações do setor das bebidas. “Neste momento há um processo liderado pelo Ministério do Ambiente para ser implementado até ao final do ano, no qual estamos envolvidos, nós e a Associação dos Refrigerantes, no sentido de implementar um projeto piloto de devolução de embalagens com uma compensação. Um incentivo à devolução de embalagens, com instalação de 50 equipamentos, antes de entrar em vigor a obrigatoriedade. Essa é uma forma também de poder, pelo menos, para aquelas pessoas que não têm tanta consciência cívica, ajudar a facilitar a que haja um incentivo a que não vejamos embalagens inapropriadamente espalhadas pelo chão e em qualquer outro lado”, adianta Nuno Pinto de Magalhães, na qualidade de Presidente da Associação das Águas Minerais e de Nascente, acrescentando ainda: “têm-se feito um esforço enorme em termos de otimização do PET que se utiliza… incorporação de PET reciclado, eco design das embalagens… é um caminho a fazer-se e vai-se acrescentando, e bem, na minha opinião, outras medidas que ajudem a aumentar essa complementaridade”, conclui.

Águas vitais para economia local

O setor acredita que valoriza um recurso natural único e acrescenta também valor à economia e desenvolvimento regional do país. Em Portugal existem atualmente 32 unidades de engarrafamento, empregam direta e indiretamente 10 mil pessoas, sobretudo em regiões do interior do país, mais desertificadas. Por terem uma ligação muito profunda às origens estas empresas não são deslocalizáveis dos aquíferos naturais. “Nós estamos a falar de um setor, nomeadamente das águas minerais, do domínio público do estado. Nós somos concessionários de um recurso público. A maior parte das pessoas não tem esta noção. Somos um recurso público do estado. Exploramos essa concessão. E essa questão não é menos importante. Porque temos um controle, um acompanhamento, um prestar contas, inclusive uma garantia da sustentabilidade do recurso permanente perante o titular do próprio recurso. E a defesa do perímetro. Qualquer instalação espalhada por esse país obriga o seu concessionário à defesa do perímetro do aquífero, quer ao nível do ecossistema. Porque cada ecossistema é diferenciado. O ecossistema do Bussaco é diferente do ecossistema de Monchique, é diferente do ecossistema de Pedras Salgadas, e os concessionários procuram exatamente preservar sem adulterar o seu próprio ecossistema de forma a que o produto final seja exatamente com as caraterísticas diferenciadoras daquilo que têm”, esclarece o presidente da APIAM, destacando também o peso que o setor tem: “É um peso grande e significativo na economia nacional. O nosso volume de faturação anual são 170 milhões de euros. Depois temos uma componente de exportação, que já foi um bocadinho mais, mas cerca de 3%. Foi um bocadinho mais porque houve uma altura em que exportávamos mais para Angola, e depois, com a contingentação das exportações, deixamos, mas mesmo assim representa 3%. E é engraçado como há alguns produtos que tem uma relação de afinidade emocional… qualquer mercado da diáspora gosta de ter a sua “aguazinha” da sua origem. Porquê? Tem muito a ver com a região. E é de facto uma atividade muito localizada porque a pureza original está muito associada às suas origens. Nós damos emprego, de uma forma direta ou indireta, a cerca de 10 mil pessoas, e temos nalguns sítios, para não dizer na maioria, uma responsabilidade acrescida, somos o principal empregador. E somos também o principal fomentador da economia local, porque há certas populações, como nós estamos ligados á origem e essa origem não se pode deslocalizar, somos vitais, e somos um motor ativo e dinâmico na promoção da atividade económica dessa região” afirma Nuno Pinto de Magalhães.

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