Nota da direção editorial:

O jornalismo nunca foi tão importante para a economia do país. Apoie a produção dos nossos conteúdos tornando-se membro ou subscritor da nossa comunidade.

Faça parte de uma causa de empoderamento das marcas, das empresas e das pessoas que nelas trabalham.

E, tal como noutros setores, a área de Media também deve considerar com importância o processo de transformação digital. Os tradicionais métodos de abordagem de planeamento estratégico e desenvolvimento de projetos, como campanhas e ações de marketing em geral, não funcionam com a mesma eficiência e deixaram de estar alinhadas com as mudanças atuais e constantes exigidas pelo mercado. As empresas de media estão no centro da economia digital, constroem a infraestrutura e os dispositivos que conectam pessoas, empresas e países, geram um volume de negócios e receitas significativos relativamente a outros setores da economia global, mas não estão protegidas das perturbações que elas próprias criam.

A necessidade das agências entregarem mais agilidade, mais assertividade e maior rentabilidade na gestão de recursos, quer sejam os recursos internos da agência, ou os investimentos e projetos dos seus clientes, deve ser uma prioridade para os principais grupos de media. Isso passa necessariamente pela transformação das empresas e do seu reposicionamento para se afirmarem como consultores de crescimento dos seus clientes e verdadeiros parceiros de negócio, ou seja, muito mais do que um conjunto de unidades de negócio especializadas em determinadas áreas e agregadas numa organização reconhecida pela sua insígnia no mercado.

A pandemia acelerou a digitalização de tudo e as metodologias ágeis são feitas exatamente para se adaptarem a mudanças bruscas de mercado, sendo prioritárias na transformação do negócio e na construção de uma nova geração de oferta de media e de soluções para que as empresas respondam rapidamente às mudanças do mercado, de forma colaborativa e focada no consumidor.

É claro que a mudança para um marketing mais adaptável e ágil não começou com a pandemia. Durante algum tempo, a experiência do cliente foi um ponto chave de diferenciação, já que os consumidores esperam cada vez mais informação personalizada das marcas em tempo real, disponibilizada através do seu canal preferido no momento. E, enquanto os profissionais das agências têm acesso a níveis de dados sem precedentes, dados e análises de marketing cada vez mais poderosas para satisfazer essas expectativas, os procedimentos tradicionais revelam-se como demasiado lentos.

É por essa razão que o Agile Marketing tem sido cada vez mais considerado pelas agências de publicidade e de media porque acelera os processos, reduz os ciclos de trabalho e ajuda as equipas na gestão de projetos, com uma abordagem interativa e evolutiva, por várias etapas, para gerar melhorias contínuas nas estratégias de marketing. Em suma, acelera a mudança nas agências e nos departamentos, contribuindo para tornar o marketing mais produtivo, maximizar a eficiência e melhorar a qualidade da entrega aos clientes.

Com esta metodologia, os projetos que demoravam meses, podem ser realizados em semanas, por “sprints” de forma muito mais assertiva e consistente. E, quanto mais depressa se errar, mais rapidamente se consegue corrigir o erro, e evitar o efeito “bola de neve”, seguindo a cultura das start ups e a sua máxima “fail fast, learn faster”: construir, testar, alterar, testar novamente, e assim por diante. O erro impulsiona a inovação, proporciona a adaptação rápida à evolução digital, liberta as organizações do medo de arriscar em novas soluções para o mercado e ensina-as a ouvir os clientes.

Colocar em prática o processo de implementação de métodos ágeis nas agências na sua prestação de serviços no dia-a-dia, reunir as pessoas da organização em equipas multidisciplinares para trabalhar num projeto específico, com metas definidas pelo negócio, em vez de um canal ou departamento específico, não parece ser difícil. Mais complicado é, sem dúvida, mudar o mindset e ter a plena consciência da mudança de paradigma de serviços ao cliente. Nesse processo de transformação, é fundamental para uma organização formar e preparar os profissionais nos vários departamentos sobre a melhor abordagem e implementação das novas metodologias, com ênfase particular na mudança de comportamentos existentes e na simplificação de processos.

Acredito que as agências que perceberem atempadamente esta nova tendência, terão mais sucesso que os seus concorrentes. É inevitável. Na nova normalidade, é necessário encontrar uma forma de reagir às mudanças nas necessidades dos clientes que seja mais fácil, rápida e eficiente do que antes, e as agências não são exceção.

A pandemia acelerou a necessidade de maior agilidade nas organizações, e o marketing precisa de se tornar mais rápido para reagir, mais eficiente e aproveitar melhor as tecnologias, mesmo que sejam ainda pequenos passos. Esta será a fonte significativa da nossa vantagem competitiva no futuro.