A nova jornada de trabalho

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A opinião de Luciana Cani
A nova jornada de trabalho
6 de Maio de 2020
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A nova jornada de trabalho
Luciana Cani
Diretora Criativa Executiva da AKQA Portland

Adam Grant, autor e psicólogo organizacional, diz que quanto mais complexo e criativo o trabalho, menos sentido faz prestar atenção nas horas gastas para executá-lo. 

 

Porém, mesmo com todas as evoluções tecnológicas, a maior parte da nossa indústria ainda remunera profissionais de acordo com a jornada de 8 horas diárias de trabalho. 

 

Recentemente muitos profissionais que antes trabalhavam 8 horas por dia num escritório, estão a trabalhar remotamente. Alguns dizem que estão a dedicar ainda mais horas com reuniões intermináveis, já que o trabalho remoto demanda mais comunicação. Outros dizem que a quantidade de reuniões desnecessárias diminuíram e que gastam menos horas para entregar o mesmo resultado. 

 

Não importa qual dos casos seja o mais comum, a verdade é que todos esses profissionais tornaram-se parcialmente gestores do seu tempo. Alguns irão entender que talvez sejam mais produtivos de manhã ao invés da tarde ou ainda num determinado horário do dia que anteriormente não dedicavam ao trabalho. Claro que o que está acontecendo agora não reflete uma situação ideal de flexibilidade. Há famílias inteiras com atividades diferentes numa mesma casa e a gestão do tempo é ainda mais desafiadora. Porém, não deixa de ser uma oportunidade de aprendizagem entender como uma situação de rotina diferente afeta a relação de cada indivíduo com o seu trabalho.

 

Acredito que muitas pessoas estejam programadas para dividir o lazer e o trabalho em longos blocos de tempo separados. Mas pode ser enriquecedor experimentar alternar mais livremente estas duas coisas. Fora do escritório é possível trabalhar “task-basis” ao invés de “time-basis”. 

 

Agora é viável executar uma tarefa e participar de uma reunião intercalando atividades não relacionadas ao trabalho. É também possível usufruir de um maior intervalo de almoço porque é preciso tempo para preparar o que se vai comer. O exercício físico não precisa necessariamente acontecer às 6 da manhã ou após as 8 da noite. Há uma certa liberdade de explorar e ajustar o que antes era uma rotina imposta. 

 

Do mesmo modo que esta é uma experiência nova para muitos profissionais, espero que este seja um momento de questionamento para muitas empresas.

 

Vamos continuar tendo cartões que controlam a entrada e saída de cada profissional? 

Vamos preencher timesheets e continuar justificando custos baseados em pessoa/hora?

Vamos continuar a medir produtividade baseado em quantas horas cada profissional dedica em um projeto? 

As empresas ainda vão determinar quantos dias de férias cada funcionário pode usufruir por ano? 

 

Espero que quando chegar a hora dos profissionais retornarem aos seus escritórios, estes sintam que a flexibilidade do trabalho remoto não foi somente uma saída temporária para uma situação incontornável. Mas sim um passo definitivo na evolução da nossa indústria.

 

 

 

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