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Adam Grant, autor e psicólogo organizacional, diz que
quanto mais complexo e criativo o trabalho, menos sentido faz prestar atenção
nas horas gastas para executá-lo.
Porém, mesmo com todas as evoluções tecnológicas, a
maior parte da nossa indústria ainda remunera profissionais de acordo com a
jornada de 8 horas diárias de trabalho.
Recentemente muitos profissionais que antes
trabalhavam 8 horas por dia num escritório, estão a trabalhar remotamente.
Alguns dizem que estão a dedicar ainda mais horas com reuniões intermináveis,
já que o trabalho remoto demanda mais comunicação. Outros dizem que a
quantidade de reuniões desnecessárias diminuíram e que gastam menos horas para
entregar o mesmo resultado.
Não importa qual dos casos seja o mais comum, a
verdade é que todos esses profissionais tornaram-se parcialmente gestores do
seu tempo. Alguns irão entender que talvez sejam mais produtivos de manhã ao
invés da tarde ou ainda num determinado horário do dia que anteriormente não
dedicavam ao trabalho. Claro que o que está acontecendo agora não reflete uma
situação ideal de flexibilidade. Há famílias inteiras com atividades diferentes
numa mesma casa e a gestão do tempo é ainda mais desafiadora. Porém, não deixa
de ser uma oportunidade de aprendizagem entender como uma situação de rotina diferente
afeta a relação de cada indivíduo com o seu trabalho.
Acredito que muitas pessoas estejam programadas para
dividir o lazer e o trabalho em longos blocos de tempo separados. Mas pode ser
enriquecedor experimentar alternar mais livremente estas duas coisas. Fora do
escritório é possível trabalhar “task-basis” ao invés de “time-basis”.
Agora é viável executar uma tarefa e participar de
uma reunião intercalando atividades não relacionadas ao trabalho. É também
possível usufruir de um maior intervalo de almoço porque é preciso tempo para
preparar o que se vai comer. O exercício físico não precisa necessariamente
acontecer às 6 da manhã ou após as 8 da noite. Há uma certa liberdade de
explorar e ajustar o que antes era uma rotina imposta.
Do mesmo modo que esta é uma experiência nova para
muitos profissionais, espero que este seja um momento de questionamento para
muitas empresas.
Vamos continuar tendo cartões que controlam a entrada
e saída de cada profissional?
Vamos preencher timesheets e continuar justificando
custos baseados em pessoa/hora?
Vamos continuar a medir produtividade baseado em
quantas horas cada profissional dedica em um projeto?
As empresas ainda vão determinar quantos dias de
férias cada funcionário pode usufruir por ano?
Espero que quando chegar a hora dos profissionais
retornarem aos seus escritórios, estes sintam que a flexibilidade do trabalho
remoto não foi somente uma saída temporária para uma situação incontornável.
Mas sim um passo definitivo na evolução da nossa indústria.
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