Newsletter
Pesquisa
Nota da direção editorial:
O jornalismo nunca foi tão importante para a economia do país. Apoie a produção dos nossos conteúdos tornando-se membro ou subscritor da nossa comunidade.
Faça parte de uma causa de empoderamento das marcas, das empresas e das pessoas que nelas trabalham.
Os dados de terceiros (third party data) têm ocupado um lugar
central na publicidade digital, partilhando palco com a automação e o
retargeting de audiências. Consequentemente, o papel do criativo, do design e
do posicionamento dos anúncios foi ficando para segundo plano, recebendo, no
geral, muito menos atenção.
Mas
a suspensão do uso de cookies, e as mudanças nas regras de IDFA (Identifier for
Advertisers), a par com o uso de bloqueadores de anúncios ou limpeza do rasto de
informação dos utilizadores, obrigarão a mudar, com urgência, a forma como as
marcas podem chegar aos seus consumidores, no digital, e todos sabíamos que
este dia iria chegar! E, apesar de não faltarem alternativas a serem
desenvolvidas, suspeito que a mais óbvia e comprovadamente eficaz, esteja a ser
ignorada pela maioria dos profissionais. Olhemos para as alternativas ao fim
das cookies de
terceiros:
1. Google: Sandbox de privacidade
O Privacy Sandbox da Google pretende responder à crescente
expectativa de proteção da privacidade e maior segurança dos dados dos
consumidores na internet. Em vez de usar as cookies de terceiros para angariar
a informação sobre o histórico de navegação dos utilizadores, analisa a
atividade online no Chrome, criando grandes “grupos” de utilizadores por
interesses e preferências em comum. A Google oferece, depois, toda esta
informação aos websites que usem este método de rastreamento FLoC (Federated
Learning of Cohorts).
A intenção é que apresentemos anúncios direcionados aos interesses
desses “grupos” em vez de usar informações individuais identificáveis. Mas,
muitas questões se têm colocado sobre como a Google evitará a criação de novos
rastos identificáveis por exposição cruzada a anúncios ou mesmo se a adopção
deste método de rastreamento não significa uma centralização de dados sob o seu
domínio.
2. ID universal
Esta solução promove a criação de um ID único e exclusivo a cada
utilizador na internet. Este ID surge como fruto do registo de um endereço de
email e do consentimento do utilizador, permitindo às marcas continuar a
direcionar os seus anúncios de forma mais relevante. A seu favor está a
transição do poder para as mãos do utilizador, que, não só dá consentimento à
recolha da sua informação, como também tem a possibilidade de consultar e
ajustar a forma como o seu ID está a ser usado e partilhado. Contudo, um ponto
possível de resistência é a obrigatoriedade de registo com um email, que,
sabemos, nem sempre será fácil de conseguir.
3. Contexto, Contexto, Contexto…
Há muito tempo que falamos em relevância dos anúncios, mas nunca
como antes foi tão importante passar efetivamente à prática. É possível
controlar melhor onde os anúncios são publicados, garantindo que eles aparecem
no contexto certo, de forma a defender a relevância e os valores das marcas. A
segmentação contextual tem um alcance mais baixo, visto que o público-alvo
apenas é impactado com o conteúdo quando visita um site com com essa temática,
mas ganhamos em relevância e, tipicamente, em conversão - já que o anúncio é
apresentado num momento em que o tema é mais relevante para o consumidor.
4. First Party Data, Fists! O poder dos dados
proprietários.
Quanto mais cedo as marcas começarem a organizar os seus dados
proprietários, desde a estratégia de captação até à nutrição, em maior vantagem
vão ficar face às mudanças que se avizinham. O email marketing e o atendimento
(CRM) são as áreas mais consideradas imediatamente quando pensamos em dados
proprietários, mas, na verdade, todos os pontos de contacto de uma marca e todo
o seu ecossistema de canais apresentam-se como uma grande oportunidade
estratégica de oferecer conveniência aos consumidores em troca de dados
fiáveis, precisos e confiáveis.
5 - Cut Through the Noise com criatividade!
Sem cair no pânico inicial do anúncio do fim das cookies, a
expectativa é de que estamos prestes a assistir a um renascimento da
criatividade digital como forma de sobrevivência!
O investimento e a criatividade andaram inicialmente de mãos
dadas, mas ao longo do tempo, as tecnologias de automatização, a segmentação e
necessidade de apostar em quantidade e menos em qualidade, foram empurrando a
criatividade para um lugar secundário, no mundo da publicidade digital.
Contudo, vários estudos apontam a criatividade como a principal responsável
impulsionadora de performance de anúncios. A Ipsos revela que a lembrança de um
anúncio é determinada pelo estilo e qualidade do seu conteúdo, da mesma forma
que 75% da captação de atenção (Cut Through Noise) é determinado pela
qualidade do criativo. Já a ComScore tem vindo a alertar que 50% do impacto que
um anúncio tem nas vendas de um produto advém da criatividade desse conteúdo
(versus 35% de responsabilidade do preço/promoção ou 13% devido ao investimento
feito).
É urgente preparar o futuro sem depender de dados de terceiros.
Para continuar a apresentar anúncios relevantes, no momento certo, à audiência
certa, será necessário combinar estrategicamente várias destas alternativas ao
uso de cookies de terceiros. Mas sobretudo, as marcas precisam de prioritizar
os seus consumidores, construir confiança e voltar a surpreender
criativamente.
Artigos Relacionados
fechar
O melhor do jornalismo especializado levado até si. Acompanhe as notícias do mundo das marcas que ditam as tendências do dia-a-dia.
Fique a par das iniciativas da nossa comunidade: eventos, formações e as séries do nosso canal oficial, o Brands Channel.