A minha cidade é melhor que a tua cidade…

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A opinião de Pedro Matias
A minha cidade é melhor que a tua cidade…
30 de Novembro de 2018
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A minha cidade é melhor que a tua cidade…

Porque é que há cidades com melhor reputação que outras? Qual a receita para transformar a nossa e incluí-la neste grupo restrito?

Todos os anos o Reputation Institute elabora um estudo, de onde resulta a uma “lista dourada” de cidades. A seleção é feita através indivíduos residentes nos países mais desenvolvidos e industrializados do mundo. Os critérios de avaliação assentam em várias alternativas, nomeadamente: o grau de estima, admiração, hospitalidade, confiança e empatia das pessoas pelas cidades, além da percepção delas a respeito do ambiente atractivo e da economia avançada. São tidas em conta também questões relacionadas com a segurança, beleza arquitectónica e natural, estilo de vida, infraestrutura, eficiência do governo, evolução tecnológica, estabilidade financeira e ambiente propícia à realização de negócios.

Volto à primeira pergunta: porque é que há cidades com melhor reputação que outras? E acrescento outras: como é que um Governo pode melhorar uma cidade? Serão as cidades adaptáveis ao aumento da população e às constantes migrações mundiais? Será que vão continuar a funcionar e a apresentar bons serviços? De que forma é que se irão ajustar as estruturas existentes, garantindo a continuidade de oportunidades para as pessoas que nelas vivem, para as que as visitam e para os novos residentes? Como é que se pode transformar uma cidade centenária, tornando-a melhor, onde a mobilidade, as pessoas e os transportes estão sincronizados, a educação e segurança actuam de forma positiva no seu crescimento e onde os cidadãos são parte integrante de uma equação que define o melhoramento da sociedade? Este é o objectivo de uma cidade que quer ser melhor e que é inteligente; e o seu desenvolvimento permite a simplificação dos seus serviços, a centralização de soluções numa área fulcral, ajudando-a a tornar-se num caso concreto de sucesso. E uma cidade de sucesso é uma cidade de reputação elevada.

Transformar um centro urbano numa cidade inteligente é um dos grandes desafios da actualidade, onde a actual conjuntura, apesar de pouco encorajadora, é a ideal à implementação deste tipo de solução. Ora vejamos, a população mundial cresce em flecha (em 2030 seremos cerca de oito mil milhões), a migração constante para as zonas litorais continua a aumentar (60% da população mundial vive nas grandes cidades) tornando-as cada vez mais ocupadas, confusas, com maior desemprego, falta de segurança, etc. É neste sentido que a optimização e racionalização de uma localidade se torna numa “nova obrigação”. As cidades devem passar a ser: fontes de recursos onde todas as suas áreas funcionam, com melhores serviços, menos dispendiosos e mais efectivos. Onde as pessoas estão mais envolvidas e ligados aos locais onde vivem. Todas as áreas chave terão de funcionar como um organismo inteligente, satisfazendo plenamente todas as necessidades dos seus habitantes: segurança, emprego, pessoas, energia, transportes, educação, mobilidade, comunicação, saúde, etc. Uma cidade inteligente e de elevada reputação é flexível, prática e engloba um conjunto de soluções que acima de tudo a fazem funcionar.

Cada proposta de cidade inteligente deve ser encarada como um projecto único, que ajuda a encontrar um caminho para o futuro, não existindo um modelo tecnológico de evolução que assente em todas os casos, mas sim um pacote de boas práticas que claramente facilita a criação de um sistema específico para que uma cidade encontre o seu percurso.



Resta-nos saber se os nossos Governantes estão prontos para adoptar este conceito, a procurar formas novas para resolver os actuais desafios urbanos. Actualmente já existem diversas soluções, algumas das quais já implementadas com sucesso em alguns dos mais importantes polos mundiais, nomeadamente em Berlim, Singapura, Eindhoven, Helsínquia, Hong-Kong ou Buenos Aires. Estes formatos abordam a cidade como um todo, focando-se nas pessoas e na criação de soluções inovadoras. Por exemplo, através da recolha de dados de tráfego e deslocações humanas (em tempo real), e da sua combinação com as previsões meteorológicas, sendo possível, com horas de antecedência evitar picos de trânsito. Em termos de segurança em áreas sociais é também possível (em períodos específicos) ajustar a cor da iluminação, bem como a sua intensidade, por forma a minimizar alguns problemas que possam vir a surgir.

Em Portugal já temos vários casos de conceitos inteligentes implementados com sucesso em algumas cidades. Em 2014, na cidade de Aveiro nasceu a Citibrain, um projeto que garante a mobilidade e a sustentabilidade do ambiente: na área da mobilidade, através do estacionamento inteligente e monitorização de trânsito; e no ambiente, a gestão de resíduos e qualidade do ar.

O Grupo ISQ também desenvolveu um sistema chamado de QART que permite monitorizar e mapear a qualidade do ar, ruído e tráfego, através de um equipamento pequeno, económico e de fácil manutenção, que recolhe e analisa informação em tempo real garantindo resultados fiáveis. É um sistema inovador de recolha de informação integrada, que pode ser acedida via Plataforma QART, um website onde se consegue visualizar em tempo real as leituras de temperatura, humidade, pressão atmosférica, Monóxido de Carbono, Óxidos de Azoto, Dióxido de Enxofre, Partículas e Sonómetro (ruído), numa cidade ou espaço físico. O QART já foi testado em Lisboa e encontra-se em processo de desenvolvimento a nível nacional e internacional.

O “Porto Santo Sustentável – Smart Fossil Free Island” é um projecto assinado pelo Governo Regional da Madeira, pela EEM- Empresa de Electricidade da Madeira e pela Renault que visa a criação de uma solução de mobilidade sustentável a partir do desenvolvimento de um ecossistema eléctrico. Na sua base está a interacção entre os automóveis elétricos (Renault), o carregamento inteligente (smartcharging), a segunda vida de baterias eléctricas de veículos elétricos (que permitirá armazenar a energia estacionária) e a reversão do carregamento, o chamado V2G (Vehicle to Grid, do veículo para a rede, que permitirá a injecção de energia eléctrica excedentária do automóvel na rede). Esta é uma ideia a uma escala sem precedentes, a transição energética da ilha do Porto Santo para o desenvolvimento de fontes de energia renováveis, solares e eólicas. O objetivo é atingir 80% de energia e mobilidade sem emissões de carbono num futuro muito próximo.

Estas são algumas ideias em implementação, não podem ser vistas como formatos fechados. São explorados no sentido de se encontrarem novas e inesperadas respostas para os mais complexos desafios, continuando a alargar os limites daquilo que é considerado possível de forma a assegurar às pessoas que as suas cidades podem estar à frente, ajudando-as a ganhar competitividade.

Por isso, em jeito de brincadeira, um dia todos gostaríamos de poder dizer que “a minha cidade é melhor que a tua cidade”.

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