Há muito anos atrás ouvi de um chefe que entre dois profissionais: um excelente com fama de ser difícil e um outro competente com fama de gente boa, ele escolheria este último. Na opinião dele, pessoas podem aprender e melhorar como profissionais, porém mudar o comportamento de alguém é algo mais complicado.

Isso antes não tinha um nome, mas o que aquele chefe estava procurando em potenciais candidatos eram “soft skills” - um conjunto de habilidades que envolvem aptidões emocionais e sociais.

Com o mundo do trabalho se tornando mais dinâmico, global e flexível, os profissionais têm que ter a capacidade de usar a inteligência emocional. Nisso entende-se boa comunicação, capacidade de colaborar, gerir conflitos, negociar, persuadir, ouvir e por aí vai.

Em muitas áreas apenas o conhecimento técnico não é suficiente para uma carreira ser bem-sucedida. Quantos profissionais com um conhecimento profundo de uma atividade se veem estagnados em certas posições ou ignorados em promoções? Claro que nem sempre esse é o motivo, mas a falta de soft skills pode sim fazer com que a estagnação profissional aconteça. A partir de uma certa posição, gerir pessoas, conflitos e a habilidade de comunicar decisões tornam-se tão ou mais importante que o conhecimento técnico.

Com a evolução tecnológica e da inteligência artificial, grande parte do trabalho de execução poderá ser realizado mais facilmente e soft skills serão cada vez mais valorizados.

Numa pesquisa feita pela Deloitte Access Economics mostrou que ocupações onde soft skills serão fundamentais irão representar dois terços de todos os trabalhos em 2030.

Porém, diferente de personalidade, soft skills têm a ver com habilidade. Há pessoas que naturalmente desenvolvem soft skills ao longo da vida e há outras que precisam dedicar tempo para aprender.

Algumas escolas e universidades começam a reconhecer a importância de integrar soft skills como parte do aprendizado. Porém, a realidade atual mostra que ter acesso a este conhecimento ainda representa uma escolha pessoal.

Precisamos de inteligência emocional em todas as áreas da nossa vida. Se dedicarmos atenção e tempo para evoluirmos não só como profissionais, mas também como pessoas, estaremos facilitando a nossa vida e de todos aqueles que nos rodeiam, dentro e fora do trabalho.